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15/09/2004
Morre baleia que encalhou em praia do Espírito Santo

A baleia jubarte (Megaptera novaeaengliae), de 10 metros de comprimento, que havia encalhado na terça-feira (14) no balneário de Linhares, no litoral norte do Espírito Santo, acabou morrendo. Biólogos passaram a noite e a madrugada tentando salvar o animal, mas ele não resistiu.

Na tentativa de salvar a baleia, uma equipe de resgate do Instituto Jubarte, com ajuda de gerador de luz instalado na praia, aplicou antibióticos, antiinflamatórios e vitaminas na baleia, sem resultados.

Na noite de terça-feira, as ondas fortes impediram a aproximação de um rebocador. Técnicos molhavam a baleia a todo momento, para evitar que a pele ressecasse.

De acordo com especialistas, é comum a migração das baleias jubarte nesta época do ano para águas mais quentes do litoral brasileiro. Elas partem da Antártida para reproduzir, mas alguns animais acabam encalhando durante a viagem.

Na praia de Santa Cruz, em Aracruz, também no norte do Espírito Santo, outra baleia morta há duas semanas preocupa moradores. A jubarte, com 15 metros de comprimento, já chegou morta à praia. Cinco pessoas foram contratadas para retirar o animal da região. Uma empresa local ajudou a operação, doando aproximadamente R$ 4 mil.

O Instituto Orca esperava retirar o mamífero do local em cinco dias, mas não há motosserra (para cortar a carne da baleia), trator ou caminhão para ajudar na locomoção. A Defesa Civil quer evitar que a gordura do animal contamine a praia, mas o mau cheiro já traz prejuízos: parte de uma pousada local teve de ser interditada. (Estadão Online)

Baleia-jubarte (Megaptera novaeaengliae)

Classe: Mammalia

Ordem: Cetacea

Família: Megaptera

Nome científico: Megaptera novaeangliae

Nome vulgar: Baleia-jubarte

Categoria: Vulnerável



Características: Animal de dimensões imponentes facilmente distinguível dos demais pelo exagerado tamanho das nadadeiras peitorais longas e estreitas que chegam a medir um terço do comprimento total do corpo. Possui uma pequena nadadeira dorsal, de formato variável, mas tipicamente trapezoidal. A cabeça é alongada; na parte superior e nas margens da mandíbula apresenta nodosidades e protuberâncias irregulares que também ajudam a identificar a espécie. Tem cerca de 15 a 35 pregas ventrais que se estendem desde a região da garganta até o ventre. A cor é preta pardacenta, com manchas esbranquiçadas na barriga e sob as nadadeiras, estas por vezes completamente claras. Entre as grandes baleias é a espécie que apresenta maior comportamento acrobático. Durante o acasalamento, observa-se grande movimentação e procedimentos grupais ruidosos. Nada lentamente e salta fora d'água. Deixa aparecer a nadadeira caudal ao mergulhar. A pele muito lisa facilita o nado e sua camada de gordura diminui-lhe a densidade. Geralmente as baleias desta espécie são avistadas sozinhas ou acompanhadas por um baleote nas épocas de reprodução. Pequenos grupos de 3 a 5 baleias são também freqüentes. Congregam-se em número maior nas áreas de alimentação. A dieta é variada incluindo principalmente crustáceos e pequenos peixes. Um método curioso de captura das presas é a emissão de uma cortina cilíndrica de bolhas em torno dos cardumes, para concentrá-los e facilitar a captura dos peixes. Dão cria a um filhote a cada dois anos ou mais. A gestação é da ordem de 12 meses. O baleote nasce pela cauda, medindo cerca de 4,5 a 5 m de comprimento e pesando 1.300 kg. A lactação dura cerca de um ano. Emitem grande diversidade de sons que constituem "cantos" variáveis segundo as diversas populações, alterando-se também com o passar dos anos.

Peso: 35 t

Comprimento: 16 m

Ocorrência Geográfica: São animais migratórios, como acontece com a maioria das grandes baleias, ocorrendo em todos os oceanos desde as regiões polares às baixas latitudes. Migram para regiões mais quentes, junto ao litoral, durante o inverno e a primavera. Durante as migrações para reprodução, concentram-se nas proximidades das massas continentais. No Brasil, são avistadas com maior freqüência em águas rasas da plataforma continental e na proximidade de bancos oceânicos. A região do Banco de Abrolhos é uma área de grande importância para a reprodução, provavelmente a mais significativa do Atlântico Sul. Vivem tanto em alto mar, como perto das costas, em águas profundas e em baías mais rasas. A população do Atlântico Sul freqüenta a costa do Brasil durante o inverno e primavera. No verão, voltam para o Oceano Antártico onde se alimentam.

Categoria/Critério: Classificada pela IUCN na categoria Vulnerável. Incluída no Anexo I da CITES.

Cientista que descreveu: Borowsky, 1781

Observações adicionais: Como acontece com todas as grandes baleias, o colapso populacional deveu-se à caça comercial praticada até meados do século XX. No litoral brasileiro, verificam-se encalhes, enredamento nos equipamentos de pesca e colisões com embarcações. Na região de Abrolhos, foi comprovado que o tráfego de embarcações interfere na presença e comportamento das baleias.

Fonte: MMA/SINIMA