PROGRAMAÇÃO NEURO-LINGÜÍSTICA

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

Em um mundo tão globalizado quanto a Terra do século XXI, em que as informações viajam distâncias quilométricas em segundos, o poder tecnológico caminha a todo vapor — trazendo inovações nos campos biológico, químico, médico, físico, astronômico etc. — e a humanidade parece não acompanhar as mudanças que se acumulam em velocidade frenética, dominar a maior ferramenta biológica de que o homem dispõe (a saber, o cérebro) torna-se um fato de importância muito relevante.

Há muito se fala sobre as capacidades intelectuais desconhecidas, do alto poder de informações que podem ser processadas pelo cérebro humano, do volume de dados que podem ser armazenados na memória humana. Sobre este aspecto, vale a pena consultar livros disponíveis sobre memória, sobre informações, sobre funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. Já que o presente trabalho tem como escopo tratar da Programação Neurolingüística, não entrarei em maiores detalhes sobre a neurofisiologia e neuroanatomia humanas. Recentemente, porém, tem havido uma crescente busca pelas habilidades neurológicas oferecidas pela maquinaria cerebral. O conhecimento aprofundado da anatomia e da fisiologia do cérebro — e, por extensão, de todo o sistema nervoso central — somado às mais recentes descobertas e pesquisas no campo da psicologia vem impulsionando uma ciência relativamente nova denominada Programação Neurolingüística, que é o objeto de estudo do presente trabalho. Em seções posteriores, o termo Programação Neurolingüística, simplesmente mencionada como PNL, será tratado em maiores detalhes.

Interessados em desempenhar melhor suas funções em sala de aula, no escritório, na memorização de números, nomes de remédios e outras tantas atribuições que o homem moderno adquiriu, a nível profissional ou pessoal, muitos vêm buscando na Programação Neurolingüística uma saída para suas dificuldades. Mais que uma simples soma de conhecimentos psicológicos e fisiológicos, esta ciência dedica-se a pesquisar e desenvolver técnicas que auxiliem o homem em suas tarefas diárias. Inicialmente testada em centros universitários e com o ensino de línguas estrangeiras, atualmente a Programação Neurolingüística adentrou campos tão vastos quanto o de recursos humanos, administração de empresas, vendas e quaisquer outras áreas em que as relações interpessoais sejam fator básico de conduta e profissionalismo.

Neste trabalho, aborda-se a Programação Neurolingüística desde sua origem, destacando-se suas atribuições gerais, seu campo de atuação, sua relação com o corpo docente e as tendências desta ciência para o futuro.

Embora seja uma área de pesquisa cuja história não tem mais que três décadas, o volume de informações a seu respeito é consideravelmente grande (em relação a este aspecto, vide a seção Bibliografia, ao final do trabalho). Estes dados diversificados possibilitam, portanto, a abordagem das características supramencionadas, embora se saiba que, em um trabalho de monografia como este, a abordagem de um tema tão vasto seja apenas introdutória e que fomenta a busca por informações mais detalhadas.

 

 

 

1. INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO NEUROLINGÜÍSTICA

 

 

Neste capítulo, veremos como a Programação Neurolingüística é definida, falaremos um pouco sobre suas origens históricas, sobre o público que pode ser beneficiado com estas estratégias, sobre seus objetivos como ciência, sobre seu campo de estudo e sobre algumas palavras-chave que representam conceitos básicos. A este respeito, vale a pena ressaltar que há opiniões bastante diversificadas quanto à definição da PNL. Deste modo, a tentativa de defini-la é de forma abrangente.

 

 

1.1. O que é Programação Neurolingüística?

A Programação Neurolingüística, ou simplesmente PNL, é uma maneira de modelar outros comportamentos, porém é única no sentido em que permite aos seres humanos começarem a compreender a estrutura da experiência interna. Isso significa dizer que nossa experiência é feita de visualização (imagens), experiências auditivas e sensações (no item 1.6, a seguir, temos uma noção melhor destes conceitos). A PNL é o primeiro modelo capaz de observar o relacionamento entre como nós processamos, a nível neurológico, as informações e o efeito disto no nosso comportamento e sentimentos.

Aqui, vale ressaltar uma breve explicação dos termos empregados no conceito de PNL:

 

 

1.1.a. Programação

O termo provém da informática e remete analogicamente ao funcionamento do cérebro. Um programa de informática funciona segundo seqüências que foram registradas, da mesma forma que nosso cérebro funciona segundo seqüências que foram aprendidas. Podemos conceber a vida como uma aprendizagem, e temos programas mais eficazes ou menos eficazes, como dirigir um carro, aprender uma outra língua etc.

 

 

1.1.b. Neuro

Esta palavra remete à neurologia, mais especialmente à atividade dos neurônios. As últimas pesquisas sobre o funcionamento do cérebro demonstram com efeito que quando pensamos e agimos, há uma intensa atividade cerebral, notadamente ao nível das conexões neurológicas — a saber, as sinapses que ocorrem entre neurônios, responsáveis pela transmissão do impulso elétrico. Nossos programas são realizados por percursos detectados, hoje, pelo eletroencefalograma.

 

 

1.1.c. Lingüística

É o conjunto de dados que forma o código do pensamento. De fato, a linguagem nos dá, ao mesmo tempo, a estrutura do pensamento e seu modo de expressão. O estudo da linguagem, a lingüística, permite-nos então estudar como se instalam e se desenvolvem nossos programas.

A PNL representa uma atitude e uma maneira de estar no mundo que não podem ser transmitidas simplesmente num texto. É um modelo de como as pessoas estruturam sua experiência profissional. É uma maneira de entender e organizar a fantástica e bela complexidade do pensamento e da comunicação do ser humano (como se pode observar, conforme comentado anteriormente, há várias abordagens conceituais que podem ser feitas em relação à PNL).

É, portanto, uma ciência que auxilia o homem a utilizar seu cérebro de maneira favorável para alcançar os resultados que deseja. É um estudo das experiências internas, que oferece um meio de auto-conhecimento, acesso e desenvolvimento do potencial criativo. Sua abordagem é prática, dá resultados e é cada vez mais utilizada em muitas disciplinas, no mundo inteiro.

1.2. Origem da PNL

Richard Bandler e John Grinder, trabalhando na Universidade da Califórnia na década de 1970, utilizaram sua observação sobre a estrutura da linguagem, associando a ciência da informação e da computação à lingüística, dando origem à PNL. Ambos estudaram o comportamento de pessoas que demonstravam eficiência de desempenho e que alcançaram excelência em suas vidas. Essas observações, baseadas na modelagem de estratégias, resultaram na criação de técnicas que tornaram possível a qualquer pessoa alcançar esses objetivos.

Mais do que isso, Bandler e Grinder decodificaram a forma como estas pessoas elaboravam seus objetivos até conseguirem a solução desejada e como era estruturada a estratégia desse processo de pensamento. Concluíram, então, que os vencedores conseguiam superar limitações pessoais para potencializar suas qualidades e recursos intelectuais. E que os principais fatores que levavam estas pessoas ao topo eram a capacidade de tomar decisões e, principalmente, a habilidade para se comunicar.

A partir destas conclusões, Bandler e Grinder procuraram ensinar estes mesmos padrões em outras pessoas e descobriram que, mesmo não sendo modelos de excelência, poderiam copiar essas estratégias e alcançar o mesmo sucesso e resultados na vida profissional e pessoal.

Eles descobriram como as pessoas consideradas vencedoras em sua área de atuação ultrapassavam os obstáculos que levam ao sucesso.

 

 

1.2.a. Virgínia Satir

Este subitem foi incluído porque achei interessante mencionar como Richard Bandler foi "descoberto", durante uma das aulas demonstrativas de Satir.

Entre os anos 50 e 80, a psicóloga Virgínia Satir era uma das pessoas mais influentes no desenvolvimento do novo campo de Relações Humanas. Freqüentemente chamada a avó da Terapia Familiar, Satir auxiliou milhares de casais e famílias a resolver velhos conflitos, e criar uma vida em comum mais prazerosa. No seu campo ela era uma especialista, mas Satir tinha um problema — ela não conseguia ensinar o que ela fazia para os outros. Centenas de pessoas eram treinadas por ela, mas quando eles deixavam seus seminários, normalmente não tinham habilidade de copiar o que ela tinha feito.

Um dia Satir estava demonstrando frente a um grupo de estudantes de psicoterapia. Ela parou de falar com o casal com o qual estava trabalhando, e perguntou se algum dos estudantes poderia continuar, usando seus métodos. Um por um, os estudantes tentaram auxiliar o casal, mas nenhum deles parecia saber como Virginia escolhia o que dizer. No fundo da sala, um jovem estava gravando a sessão de treinamento. Ele era Richard Bandler, um programador de computador e estudante de lingüística na Universidade da Califórnia e não tinha treino algum em psicologia.

O primeiro livro de Bradler e Grinder, chamado A Estrutura da Magia (editado em 1977 pela Editora Guanabara Koogan), explicava que, pelo entendimento das "linguagens" internas do cérebro (neurolingüística) qualquer um poderia aprender a atingir os excelentes resultados dos melhores comunicadores, professores e terapeutas. Antes da publicação, Bandler e Grinder mostraram cópias de seus livros aos especialistas, cujas habilidades eles modelaram, pessoas como o médico hipnoterapeuta Milton Erickson, o antropólogo Gregory Baterson e, certamente, Virginia Satir.


1.3. Público-alvo e objetivos da PNL

A PNL pode ser utilizada por pessoas que desejam crescimento pessoal, profissionais de saúde, educação, recursos humanos, vendas, executivos e todos os que pretendem aperfeiçoar o que já sabem e aprender a fazer aquilo que ainda não sabem. 

A PNL estuda o funcionamento da mente humana, permitindo a descoberta de nossas programações e o efeito que isso tem em nossa vida. A PNL descreve nossa forma de aprender, comunicar  consigo mesmo e com os outros, adquirir novas habilidades e obter os resultados que desejamos, levando-nos a uma profunda reestruturação e ampliação da percepção do mundo.

Através da PNL pode-se, entre outras coisas:

E muitas outras coisas  que ajudarão o ser humano a perceber como o sucesso deixa de ser algo que apenas se ouve falar para algo que se sente em cada passo, em cada dia.

1.4. Campo de estudo da PNL

A PNL estuda a estrutura da experiência subjetiva. Aqui, não cabe explicar, detalhadamente, os termos "objetividade" e "subjetividade". Se o leitor desejar aprofundar-se nestes dois conceitos, queira consultar livros de filosofia, filologia, pedagogia e afins, que tratam do tema. Por estrutura queremos dizer as imagens, os sons ou o diálogo interno, e as sensações com que a pessoa cria suas experiências internas e influencia seu comportamento externo.

Aprender a ter controle sobre sua vida é o que interessa. Aprender a dirigir seu próprio ônibus, isto é, fazer com que suas experiências subjetivas, que acontecem ao acaso, sejam dirigidas de modo que elas funcionem de maneira mais benéfica.

 

 

1.5. Terminologia básica utilizada em PNL

A PNL está continuamente desenvolvendo e expandindo novas técnicas de ensino como metáforas, ancoragem corporal baseada em música e mapas mentais. Mas a PNL é muito mais do que "a mais importante caixa de ferramentas da comunicação da década", segundo o que disse Jensen, no livro The Learning Brain, Turning Point for Teachers, de 1994. É toda uma nova forma de pensar sobre ensino em particular e comunicação em geral. E, como toda ciência, é óbvio que a PNL adotou termos específicos para significar conceitos. Abaixo listamos alguns deles:

 

1.5.a. Rapport

Rapport — a pronúncia do vocábulo é "rapór" — é o sentimento de compreensão compartilhada que bons amigos e colegas de trabalho constróem às vezes. Resulta numa legitima ânsia para cooperar e seguir a liderança de outros. Se você se lembrar do tempo em que admirava de fato um professor e divertia-se na aula dele, você conhece o sentimento de rapport. Você provavelmente tornou-se interessado nas coisas em que seu professor estava interessado, e era altamente motivado a seguir às sugestões dele.

No ambiente escolar, o rapport é criado ao igualar o comportamento de seus estudantes. Isto significa praticar atividades junto com eles, usando exemplos que já são interessantes para eles, usando seu sistema sensorial preferido (veja a seção 1.6 para maiores detalhes). Quando você os ensina, usando gestos e posições corporais similares às deles, ajustando sua voz a uma velocidade e tom semelhantes e até respirar no mesmo ritmo. Se estas coisas lhe parecem um pouco estranhas no início, note que você faz isso naturalmente com seus amigos mais íntimos. Sempre que as pessoas constróem o rapport, elas igualam cada uma o comportamento da outra.

1.5.b. Liderança

Liderança é o processo de levar os estudantes, por exemplo, a seguirem suas sugestões. Se você está em rapport, os estudantes farão isto facilmente. Antes, os professores diziam que os estudantes que não seguiam suas sugestões, eram estudantes "resistentes" ou "desobedientes". Faz mais sentido dar-se conta que quando os estudantes não seguem a liderança, significa apenas que eles ainda não estão em rapport suficiente com você. Isto é algo que você pode mudar, quando você aprender as habilidades de rapport da PNL.

Professores de sucesso são também hábeis em usar elegantemente sua linguagem levando os estudantes a aprender e mudar. Quando estudamos professores habilidosos, descobrimo-los usando sua linguagem com cuidado para criarem o tipo de representações internas (imagens/sons/sensações/etc.) que eles desejam que seus alunos tenham. A fim de entenderem o que o professor diz, os alunos fazem uma representação interna de suas palavras.

Professores hábeis estruturam cada uma de suas palavras de forma que elas produzam a representação interna que eles desejam que seus alunos tenham. Esta arte, chamada sugestão em hipnose, é muito poderosa. Acerca da sugestão em hipnose, caso seja de interesse, favor consultar livros de hipnose e auto-sugestão. O vocábulo não foi explicitado no trabalho por tratar-se de assunto paralelo ao tema.

 

1.5.c. Ressignificação e metáforas

Ressignificar (mudar o significado de uma experiência descrevendo-a de forma diferente) e metáforas (contar historias para oferecer aos estudantes novas opções) são outros exemplos de como professores hábeis usam sua linguagem para fazer com que os estudantes criem representações internas úteis. Por exemplo, muitos estudantes acreditam que quantos mais erros cometem, pior é o seu aprendizado. Como metáfora, podemos citar o caso de Thomas Alva Edison, que tentou 10 mil maneiras diferentes antes de encontrar aquela que faria a lâmpada elétrica funcionar. Ele dizia que isto foi a chave da sua brilhante invenção; que ele estava disposto a encontrar 9.999 maneiras que não fariam funcionar a lâmpada. Erros são o segredo do gênio! (A última frase é uma "ressignificação". Ela muda o significado dos "erros".)

 

1.6. Os sistemas utilizados em PNL

Experienciamos o mundo, colhemos e juntamos informações usando nossos sentidos. Pensar é usar os sentidos internamente. Pensamos vendo imagens, ouvindo, sentindo (tendo sensações) e falando (diálogo interno).

Então, quando pensamos, "re-apresentamos" a informação para nós mesmos, internamente. A PNL denomina nossos sentidos de Sistemas Representacionais.

Usamos nossos Sistemas Representacionais o tempo todo, mas tendemos a usar alguns mais do que outros. Por exemplo, muitas pessoas usam o sistema auditivo digital para conversar consigo mesmas; essa é uma maneira de pensar.

Tendemos a ter preferências em nossos sistemas representacionais. Assim, temos que:

O sistema cinestésico é feito de sensação de equilíbrio, de toque e de nossas sensações. A cinestesia é uma palavra grega (kinesthésis), significando ação, atitude, força etc. Com a preferência cinestésica, você pode ter interesse em esportes, ginástica, dança etc.

O sistema visual é usado para nossas imagens internas, visualização, "sonhar acordado" e imaginação. Com uma preferência visual você pode ter interesse em desenhar, decorar interiores, moda, artes visuais, TV, filmes, fotografia etc.

O sistema auditivo é usado para ouvir sons internamente e reouvir as vozes de outras pessoas. Com uma preferência auditiva, você pode ter interesse em línguas, escrever, música, treinamentos etc.

O sistema digital (ou auditivo digital) é a maneira de pensar usando palavras e falar consigo mesmo (diálogo interno). Quando o sistema representacional for o digital, você pensa basicamente conversando com você e tende a ser mais racional e lógico.

O sistema mais usado é denominado sistema representacional primário, principal ou preferencial.

 

2. A PNL E OS PROFESSORES

 

 

A inclusão deste capítulo no trabalho faz-se necessária pois, como vimos anteriormente, a PNL começou atuando junto ao ensino de línguas estrangeiras. Portanto, veremos, a seguir, como a PNL pode auxiliar o corpo docente na tarefa de ensinar conceitos, línguas estrangeiras etc.

 

 

2.1. O que a PNL pode oferecer ao público docente

Para os professores, a PNL oferece três importantes benefícios:

2.1.a. Novo modelo de aprendizado.

A PNL fornece um novo modelo de como as pessoas aprendem.

O exato entendimento da forma como o cérebro trabalha pode ser comparada a um "Manual do Usuário" de um computador.

Sem o manual você sabe que o computador tem uma vasta memória e pode fazer coisas admiráveis. Se você fica "tentando cegamente", você eventualmente acaba "tropeçando" nestas coisas admiráveis. Mas com o manual você pode escolher exatamente o que você pode fazer, e ter o computador operando perfeitamente todas as vezes.

Em PNL, nós sabemos os programas (ou estratégias, para usar um termo da PNL) nos quais excelentes estudantes tropeçaram acidentalmente: a estratégia que soletradores exímios usam para memorizar palavras; a estratégia que leitores entusiastas usam para ler rapidamente seus livros em uma fração do tempo e assim por diante.

2.1.b. Ser humano X computador.

O ser humano é muito mais do que um computador.

Aprender e criar funcionam melhor quando a mente do estudante está livre da distração, quando está em estado de calma e alerta quase meditativos. Pesquisas mostram que, conseguindo que os estudantes relaxem no início de cada sessão de estudo, o seu rendimento aumentará 25%. A PNL nos fornece algumas maneiras notáveis de colocar os estudantes rapidamente naquele estado.

2.1.c. A PNL no centro da revolução da aprendizagem.

Se a PNL apenas nos desse estas novas poderosas formas de aprendizado para os estudantes, ela já teria merecido seu lugar no centro da revolução da aprendizagem.

Mas a PNL fornece também um modelo inteiramente novo do que é o ensino, de como os professores mais eficazes são hábeis em criar o senso de "rapport" com seus estudantes, de motivá-los e inspirá-los a alcançar o seu melhor. Num mundo onde o professor compete com a TV, o vídeo-game e a cultura popular pela atenção do estudante, isto não é pouco. A PNL mostra como utilizar cada um de seus movimentos e cada uma de suas palavras de maneira que ajudem você a conseguir que seus estudantes acreditem e se tornem famintos de aprender.

A PNL não é uma técnica; é uma centena de técnicas no contexto adequado, que faz com que elas tenham sentido.

PNL é, então, a nova arte e a ciência da excelência, derivada do estudo de como pessoas altamente qualificadas em vários campos obtêm resultados excepcionais. Qualquer pessoa pode aprender técnicas de comunicação para aumentar sua eficiência pessoal e profissional.

O que a PNL oferece ao professor é a habilidade para, sem resistência e rapidamente, levar os alunos a este estado de relaxamento. As habilidades da PNL que alcançam isto foram modeladas do hipnoterapeuta Milton Erickson. Elas são similares às técnicas desenvolvidas em Sugestologia do hipnoterapeuta Georgi Lozanov. Um Practitioner — a palavra practioner vem do inglês (de practice, prática) e significa, a grosso modo, "aquele que pratica". É, portanto, a definição dos que praticam (trabalham) a PNL — de PNL aprende a falar de tal forma que os estudantes relaxem sem ter que usar as técnicas formais de relaxamento ("você está ficando cada vez mais relaxado, seus pés.....etc."). O resultado é como ligar a memória de seus alunos na primeira marcha, nos primeiros minutos em sala de aula.

Uma das formas básicas que a PNL usa para colocar os estudantes dentro deste estado mental é a ancoragem (o objeto deste substantivo representa bem esta técnica: a âncora segura o navio ao fundo do mar, mas pode igualmente puxar o navio em direção ao cais. Na técnica da ancoragem em PNL, uma sensação é revivida quando se deseja relembrar, por exemplo, uma palavra em uma língua estrangeira). Aqui temos um exemplo de ancoragem. Quando você está ouvindo rádio, você ouve uma canção que não ouvia há anos, uma canção que foi sua favorita há muito tempo. Ao ouvi-la, todas as sensações daquele tempo podem voltar, até o som das velhas vozes e as imagens daqueles lugares preferidos podem ressurgir. A "âncora" da canção levou o ouvinte de volta àquele "estado". Da mesma forma, quando você volta a visitar sua antiga escola, a âncora traz de volta a sensação de ser de novo estudante (nem sempre tão positiva, como no caso da canção!).

Uma vez entendido este processo, você poderá projetar âncoras poderosas que farão com que instantaneamente seus estudantes sintam-se confiantes, curiosos e ávidos por aprender. Até tocar a mesma música no início de cada uma de suas aulas auxiliará seus alunos a atingirem rapidamente aquele estado mental adequado para o assunto.

 

2.2. O sentido da aprendizagem

Aqui vai uma simples experiência que explica o modelo da PNL, de como funciona a sua neurologia (ou para usar um termo menos formal, seu "cérebro").

Pense em um limão fresco. Imagine um agora em sua frente, e sinta como é pegá-lo em sua mão. Pegue uma faca e corte uma fatia e ouça o leve som do suco escorrendo. Cheire o limão, enquanto você leva a fatia até sua boca e dê uma mordida. Sinta o gosto ácido da fruta. Se você na realidade se imaginou fazendo isso, sua boca está agora salivando. Por que ? Porque seu cérebro seguiu suas instruções e pensou, viu, ouviu, sentiu, cheirou e provou o limão. Seu cérebro "tratou" o limão imaginário como se ele fosse real, e preparou a saliva para digeri-lo. Ouvindo, olhando, sentindo, cheirando e provando são as "linguagens" naturais da sua neurologia. Quando você usa estas linguagens, sua neurologia considera o que você está pensando como "real".

No passado alguns professores pensavam que aprender era apenas uma questão de "pensar" sobre o assunto, de usar palavras. Mas quando estudantes aprendem, eles estão usando os 5 sentidos básicos, assim como a sexta linguagem do cérebro — as palavras, ou seja, o que em PNL denomina-se processo auditivo-digital. Na PNL, as seis linguagens do cérebro são assim chamadas:

VISUAL (vendo as imagens)

CINESTÉSICA (K) (sentindo as emoções do corpo)

AUDITIVA (ouvindo os sons)

OLFATIVA (cheirando fragrâncias)

GUSTATIVA (provando os gostos)

AUDITIVA-DIGITAL (pensando em palavras ou conceitos)

Alguns estudantes usam muito pensar em palavras (auditivo-digitais). Eles querem saber a "informação" que você está lhes dando. Mas para outros estudantes, poderem "ver a imagem" do que você está lhes mostrando (visual) é mais importante. Outros quererão "sintonizar com os temas principais" contidos nas suas palavras (auditivos) ou "agarrar-se com a lição" e "trabalhar vivenciando os exemplos" (cinestésico). Se você ouvir as palavras que os estudantes usam, na realidade elas lhe dirão quais são os seus sistemas sensoriais favoritos para representar sua aprendizagem (chamado em PNL de Sistema Representacional Preferido, já mencionado anteriormente). Professores eficazes aprendem "a falar em cada um dos sistemas representacionais".

A PNL dá ao professor inúmeras formas para alcançar os estudantes que se tem em sala de aula. Se há alguns dos alunos que parecem não aprender, pode ser que o professor não esteja ensinando no sentido em que eles pensam. Por exemplo, para atingir os visuais, pode-se escrever as palavras na parte superior do quadro e desenhar mais diagramas. Para atingir os auditivos, pode-se escolher mais discussões e usar música. Os cinestésicos gostam de se movimentar e eles gostarão de serem aproveitados em atividades como dramatizações.

O professor pode ajustar a linguagem para combinar com cada um dos sentidos principais (se o professor não percebe isso, pode estar perdendo uma chance importante de sintonizar com alguns dos alunos mais "desafiantes"). Quando se usa todos os três sentidos mais importantes em sala de aula, os cérebros dos alunos serão mais profundamente ativados. Eles ficarão sedentos dos ensinamentos, tal qual sua boca salivou por aquele limão.

 

2.3. A PNL e o ensino de línguas estrangeiras

Como os poliglotas (pessoas que falam freqüentemente várias línguas) lembram entre uma dúzia de idiomas de que língua provém cada palavra? É mágica?

No passado, muitas pessoas tinham como certo de que havia algo diferente na neurologia do poliglota, algo que os fazia naturalmente mais hábeis para guardar cada língua em separado. Hoje, estudos de PNL mostram que os poliglotas prestam especial atenção aos seus sistemas sensoriais auditivos e cinestésicos. Eles usam um tom de voz e um conjunto de posturas corporais diferentes para cada idioma. Alguém que usa apenas o sistema visual (e tenta ver cada palavra que dizem como se ela estivesse escrita) não vai achar tão fácil tornar-se fluente em vários idiomas.

Assim como o software Windows pode ser instalado em qualquer computador compatível, a "estratégia" que os poliglotas usam pode na realidade ser instalada em qualquer outra pessoa. Se é possível na neurologia de uma pessoa, é possível na de qualquer uma. Tudo que precisamos saber é exatamente que distinções sensoriais a primeira pessoa usa, e em que seqüência. Para "instalar" uma nova estratégia, a PNL usa uma série de descobertas inéditas sobre o que acontece quando uma pessoa usa cada sistema sensorial. Por exemplo, nós usamos o fato de que os olhos de uma pessoa se movem diferentemente dependendo através de que sentido ela está obtendo a informação.

2.4. Exemplos de estratégias aplicadas em PNL

A facilidade com que uma nova estratégia pode ser instalada é demonstrado por uma pesquisa feita na Universidade de Moncton, no Canadá. Nesta pesquisa, a quatro grupos de soletradores médios pré-testados foi dado o mesmo teste de soletração (usando palavras inventadas sem sentido e desconhecidas para eles). Cada grupo tinha instruções diferentes, conforme a seguir:

Grupo A: simplesmente aprender as palavras.

Grupo B: visualizar as palavras como método de aprendê-las.

Aos outros dois grupos, C e D, a instrução era olhar em uma certa direção enquanto eles visualizavam.

Grupo C: olhar para cima à esquerda (posição dos olhos que segundo a PNL auxilia a memória visual).

Grupo D: olhar para baixo à direita (posição dos olhos que segundo a PNL auxilia a sentir cinestesicamente, mas pode esconder a visualização).

O grupo A teve o mesmo rendimento que seu pré-teste. O grupo B rendeu 10% a mais. O grupo C rendeu 20 a 25% a mais. O grupo D teve resultado 15 % pior!

Este estudo confirma 2 asserções da PNL:

2.4.a. A direção para onde o aluno dirige os olhos, decide qual o sistema sensorial em que ele vai efetivamente processar a informação.


2.4.b. O visual recordado é o melhor sistema sensorial para aprender a soletrar em inglês.

Mais do que surpreendente, isto demonstra que os estudantes podem ser ensinados com sucesso (em 5 minutos) a usar uma estratégia sensorial mais eficaz. Para um estudante cinestésico com um desempenho medíocre em soletrar, isto trará um resultado positivo imediato de 35 a 40%. Curiosamente, em um teste final, algum tempo depois (um teste de retenção de aprendizado), os resultados do grupo C permaneceram constantes, enquanto os resultados do grupo A caíram 15%, uma queda consistente com os estudos de padrão de aprendizagem. A diferença final na memória entre os dois grupos foi de 61%.

Da mesma forma, qualquer estratégia de aprendizado pode ser "modelada" de estudantes excelentes e ensinada a outros num tempo mínimo.

Pesquisas mantém a crença de especialistas de aprendizagem acelerada que a habilidade dos estudantes para memorizar novas informações aumenta mais de 25%, apenas levando-os ao estado de relaxamento. Aprender novas informações não é tanto o resultado de um esforço concentrado pela mente consciente, mas muito mais o resultado de uma atenção relaxada, quase inconsciente. Crianças aprendem canções infantis e canções dos comerciais da TV não estudando-as conscientemente, mas apenas porque elas estão relaxadas enquanto elas as ouvem. Você anda de bicicleta, não pensando sobre o equilíbrio a cada momento, mas confiando em suas respostas inconscientes.

2.5. A PNL e as deficiências de aprendizagem

A PNL oferece oportunidades muito excitantes para os estudantes que foram diagnosticados com deficiências de aprendizagem. As técnicas de modelagem de PNL oferecem as ferramentas precisas que são necessárias para descobrir o estilo diferente de experiência subjetiva deste grupo de estudantes. Muitas vezes, a diferença está no nível de capacidade, na forma de estratégias de raciocínio ou aprendizagem. Muitas vezes, a única coisa que é preciso é a adição ou supressão de um simples passo em sua estratégia de aprendizagem. Uma vez que se lida com o passo, o aprendizado pode acontecer.

2.5.a. Dislexia

Um exemplo ocorre na deficiência de aprendizagem chamada dislexia. Nesta deficiência de aprendizagem, uma das reclamações é sobre o estudante não ser capaz de discernir a diferença, por exemplo, entre "b" e "d" ou "6" e "9" ou "p" e "q". Muitos deles não ligam o som da letra ou número à imagem. Quando alguém dizia "Escreva um b" o som não trazia a imagem para o estudante copiar. É um negócio simples ensinar o estudante a ligar o som à imagem, agora que se sabe o que é necessário.

Como um outro exemplo de dislexia, citarei o de um menino de nove anos que estava tendo dificuldades para aprender a ler. Ele também havia sido diagnosticado com várias deficiências, inclusive dislexia. A queixa dos pais era que eles liam com ele todas as noites e quando ele encontrava uma palavra que não conhecia, eles pronunciavam-na para ele. Mas então, dois ou três parágrafos mais tarde ele não era capaz de reconhecer a mesma palavra. Quando eles demostraram isto, tornou-se muito claro o que estava causando o problema. A maioria dos alunos que está aprendendo a ler novas palavras olha para a palavra enquanto a pronuncia. Isto liga a imagem ao som. O que o menino fazia era olhar a boca de seu pai quando ele pronunciava a palavra. Ele queria certificar-se que a pronunciava corretamente, então ele olhava a boca de seu pai e imitava o movimento labial. Isto, obviamente, não ligava a imagem ao som e ele não era capaz de reconhecer a palavra mais tarde. Uma vez mais, a solução foi muito fácil de ensinar ao garoto e seus pais.

2.5.b. Distúrbio de Déficit de Atenção (ADD)

A sigla ADD vem do inglês ("attention deficit disorder").

O ADD cria muita confusão em nossas escolas — especialmente se a hiperatividade for um dos sintomas. Recentemente, um psicólogo referiu-se ao ADD como "Uma grande lixeira para despejar todas as queixas sobre os alunos". Deve-se concordar com ele.

O Distúrbio de Déficit de Atenção é o estado que algumas pessoas vivenciam e que se manifesta através de vários sintomas, que podem incluir um ou mais dos seguintes:

Geralmente estes comportamentos vêm à tona na escola, frustrando tanto os professores quanto os outros alunos que estão tentando aprender. Uma criança com sintomas de ADD pode atrapalhar extremamente a ordem numa situação de sala de aula. O tratamento atualmente aceito, amplamente difundido, é com remédios. Embora para alguns possa ser o único tratamento, há aqueles pais e profissionais que questionam a recomendação de pôr uma criança em contato com drogas. Observe que a maioria dos sintomas está no nível lógico de comportamento. A maioria dos tratamentos está no nível de ambiente ou de comportamento. Além das drogas, modificação de comportamento e administração de tempo e espaço são algumas das técnicas ensinadas à pessoa diagnosticada com ADD.

Uma boa maneira de vivenciar a mente de alguém que foi diagnosticado com ADD é fazer o seguinte: imagine que você está assistindo a um espetáculo de projeção de vários slides de fotografia, você sabe como é, onde de seis a oito projetores de slides são montados e projetam imagens numa tela. Cada projetor de slide está mostrando um conteúdo diferente. Um pode ser o que você fez no último fim de semana, um outro pode ser o que você vai fazer no próximo fim de semana, um outro pode ser o que está acontecendo agora em volta de você, um outro pode ser sobre algo que o está preocupando neste momento etc. Agora, imagine que peçam que você relate, verbalmente ou por escrito, o que você está vendo enquanto você está assistindo a isto tudo. A exigência do relatório vem de alguém com autoridade.

E eles atribuem conseqüências se você não o fizer bem. Frustrante? Isto é dizer pouco. E é exatamente assim que o estudante com ADD se sente. Agora, para tornar isto ainda mais difícil, imagine que o ritmo da apresentação de slides começa a aumentar, mais e mais rápido. Mas você ainda está tentando relatar o que está vendo. E, como um golpe final na sua sanidade, imagine que os slides começam a aparecer simultaneamente E seu bem estar depende da exatidão de seu relatório. Que tipo de emoções ou sentimentos você acha que pode experimentar? Raiva? Sufocamento? Tensão? Nervosismo? Desorientação? Confusão? Bom, bem-vindo ao mundo do estudante com ADD.

Uma das maneiras utilizadas para verificar se um estudante pode controlar sua mente é dando a ele uma palavra para soletrar bem longa, que ele já saiba como grafar. É melhor quando ela tem de duas a quatro sílabas (dependendo da idade do estudante). Deve-se ajudá-lo a tornar-se ciente de que ele tem uma imagem interna dela; faz-se, então, o aluno soletrar a palavra de trás para a frente, da direita para a esquerda. Uma pessoa que não pode controlar sua mente dirá algo como "eu não consigo controlar a imagem — ela fica desaparecendo!". Uma pessoa que acredita que sua mente a controla exclamará "Minha mente não me deixa fazer isto!". Seja qual for a maneira que respondam, isto permite saber que tipo de crenças limitantes eles têm. Entende-se por crença limitante um conjunto de crenças ou idéias pré-concebidas a respeito de algo, e que acabam atrapalhando o aprendizado de algo.

Se eles não conseguem manter a imagem firme, deve-se parar e começar a ensiná-los como controlar sua mente. Deve-se começar ensinando a eles como controlar suas mentes com exercícios simples não escolares. A maneira mais bem sucedida e não ameaçadora é usar itens como animais de estimação, alimentos ou algum outro item concreto que eles gostem e não relacionem com a escola. Por exemplo, pode-se pedir que eles contem qual é a comida preferida e depois descrevam com o que ela se parece. Quando eles conseguem fazer isto com sucesso, deve-se ajudá-los a tornarem-se cientes que eles têm uma imagem interna do que ela se parece. Enquanto se utiliza um monte de padrões de linguagem de PNL, começa-se a abrir a possibilidade que eles podem fazer seus próprios ajustes nas suas imagens internas. Deve-se, então, começar a explorar submodalidades com sua imagem interna de uma maçã (por exemplo). Deve-se pedir a eles para mudar o tamanho, distância, cor, localização espacial, brilho etc. Durante todo este processo, eles estão sendo sugestionados que esta é a estrutura de como suas mentes funcionam e que eles estão aprendendo a controlar suas mentes.

Uma vez que eles conseguem fazer isto com uma maçã, deve-se mandá-los fazer com uma pequena palavra impressa na maçã. Às vezes, deve-se começar com apenas uma letra, depois duas letras, então três etc. Depois de um tempo, quando eles podem fazer uma palavra de três a cinco letras grande e perto, deve-se pedir para eles manterem a maçã e palavra firmes enquanto dizem a última letra, então a letra logo antes dela, então a próxima letra e assim por diante. De repente, eles compreendem que soletraram a palavra de trás para a frente - algo que eles não podiam fazer apenas alguns momentos antes. Depois, deve-se fazê-los continuar a soletrar a palavra e outras palavras de trás para a frente várias vezes mais, porque fica mais fácil a cada vez que eles fazem isso. Eles ficam geralmente assombrados e não sabem como pensar sobre a nova experiência. Pode-se, então, utilizar a oportunidade para trabalhar em suas crenças sobre suas capacidades e identidades, sobre o que significa controlar sua própria mente e sobre escola e aprendizagem.

Neste ponto, torna-se um processo de construir mais exemplos de sucesso. Agora, deve-se dar-lhes palavras mais longas e números para fazer imagens e soletrar de trás para a frente até que acreditem que eles podem, neste momento, controlar suas imagens.

É necessário fazer trabalhos em vários dos níveis lógicos em vez de apenas nos de comportamento e ambiente. Na verdade, as intervenções naqueles dois níveis inferiores não se sustentariam frente às crenças limitantes nos níveis superiores de capacidades, crenças e valores, identidade e espiritual/sistema maior. Isto explica porque é tão difícil trabalhar com ADD das maneiras tradicionais. Eles estavam tentando solucionar o problema num nível mais baixo de onde estava a "verdadeira questão". Albert Einstein disse uma vez: "Você não pode resolver um problema no mesmo nível em que ele foi criado. Você tem que ir para um nível superior".

Sabendo que a "verdadeira questão" era o sentimento que a mente estava fora de controle e que, portanto, eles não seriam capazes de ser bem sucedidos numa sala de aula normal, isto leva ao desenvolvimento de maneiras de ensinar aos estudantes a controlarem suas mentes. Enquanto se trabalha com os estudantes, deve-se, também, extrair quaisquer crenças limitantes a que possam estar subjugados e ajudá-los a mudar estas crenças para crenças que dêem a eles mais autonomia e poder. Os resultados provaram ser absolutamente surpreendentes.

3. A OPERACIONALIDADE DA PNL

3.1. A regra básica da PNL

A regra principal na PNL é que se você está procurando problemas você vai encontrá-los; se você está procurando que coisas quer evitar, você vai encontrá-las. Muita gente gasta muito tempo procurando o que poderia dar errado. Parte do problema é essa orientação negativa. Se você sempre busca o que não funciona você vai encontrar. Se você devota sua energia somente procurando o que poderia dar errado, isso vai trazer o erro, e é denominado profecia auto-realizadora.

Algumas coisas podem dar errado. Algumas coisas podem funcionar. Você vai encontrar ambas coisas na vida. Procure o que funciona que você vai encontrá-lo.

3.2. O desafio da PNL

O desafio da PNL é capacitar as pessoas a assumir o controle da sua própria evolução cognitiva e tomar consciência de que suas imagens, vozes e sensações internas pertencem a elas e que elas podem manipular estas imagens, vozes e sensações da mesma maneira que elas usam seus dedos para abrir a maçaneta de uma porta.

O desafio é ajudar as pessoas a compreender que o que elas pensam que é a realidade é apenas o seu modelo da realidade, e ajudá-las a mudar para uma posição onde possam dizer "se isto é apenas um modelo eu prefiro ter aquele outro."

 

3.3. A questão da atitude

O mais importante de tudo é a atitude. Sem uma atitude e um sistema de crenças adequado você está apenas pronunciando palavras e não fazendo PNL. Esta atitude é fácil de descrever: tudo é possível de se conseguir. Quando você tem essa crença, você é capaz de deixar de lado sua crença atual sobre o que é possível e o que não é possível; você pode começar a descobrir o que pode ser feito. Então não importa que dificuldade você encare, você tem duas opções: ou você pode fazê-lo ou você não pode fazê-lo ainda, assim você vai começar a procurar o que você precisa fazer para torná-lo possível. Tão logo você assume que alguma coisa pode ser realizada, você vai fazer o melhor que pode e encontrar as ferramentas e habilidades para fazê-la acontecer.

 

3.4. Aproveitar cada momento

Um dos objetivos principais em se alcançar a simplicidade interior é aprender a viver no momento presente. Mantenha em mente que a vida é uma sucessão contínua de momentos presentes. A maioria de nós gasta uma quantidade enorme de nossos momentos se arrependendo do passado, inquietando-se com o presente ou se preocupando como futuro. Nós perdemos muito da vida desta maneira.

Preocupação e arrependimento são hábitos que nos mantém presos em velhos padrões. Mas estes hábitos podem ser eliminados uma vez que nós nos tornamos conscientes deles.

Se você percebe que estes hábitos o estão impedindo de ser feliz, pense sobre o que você pode fazer para mudá-los. Pode até soar simplista dizer isto mas você pode aprender e acostumar-se com o hábito de aproveitar sua vida.

Uma maneira de escolher cada momento é começar a ter responsabilidade pela sua própria vida. Se você não está feliz com sua vida nas presentes circunstâncias, você não tem que culpar ninguém a não ser você mesmo. Faça quaisquer que sejam as mudanças que você precisa de tal maneira que você fique feliz.

Continuando assim você vai atingir automaticamente um nível de aproveitamento de sua vida dia-a-dia que talvez você nunca tenha experimentado. Fazendo o esforço consciente para aproveitar cada momento sua busca interior se tornará muito mais fácil.

Apenas por hoje, vamos viver um só dia, esquecendo o ontem e o amanhã, não procurando resolver imediatamente todos os problemas da vida. Lincoln disse que o homem é exatamente tão feliz quanto queira sê-lo. Vamos resolver ser felizes, só por hoje, ajustando-nos à nossa família, nossa realidade, nossa profissão, nosso destino. Reformar o mundo para ajustá-lo ao nosso gosto é impossível e essa aspiração não é saudável. Se não podemos ter aquilo que gostamos, talvez possamos gostar daquilo que temos.

Portanto, só por hoje, vamos ser amáveis, compreensivos, alegres, carinhosos; vamos ser o melhor que pudermos, vestir o melhor possível, caminhar tranqüilamente, elogiar as pessoas pelo que fazem ao invés de criticá-las pelo que não podem fazer. E se encontrarmos alguma falha, vamos perdoar e esquecer.''

 

3.5. Características da pessoa em equilíbrio

O modelamento e a prática com PNL podem transformar tanto a maneira de pensar quanto o comportamento consciente. As características assinaladas abaixo são apenas exemplos que podem ser atingidos por aqueles que se dedicam a praticar e estudar a PNL. Vejamos alguns deles:

 

3.6. Benefícios pessoais da PNL

Abaixo listamos alguns benefícios que podem ser adquiridos, a nível pessoal, com a prática da PNL. Vejamos:

a) Mude hábitos e comportamentos indesejados que estão no seu caminho.

Aplicadas de maneira correta, as técnicas e métodos da Programação Neurolingüística irão levá-lo a superar as limitações que bloqueiam a conquista do progresso profissional e felicidade pessoal, em qualquer área de atuação. Mas o objetivo da Programação Neurolingüística não é meramente curativo; seu processo é principalmente evolutivo e transformador, o que gera novos valores, capacidades e comportamentos.

b) Clareie seus sonhos para o futuro e identifique barreiras que possam estar impedindo sua evolução.

A Programação Neurolingüística tem sido usada também como uma importante aliada no estabelecimento de objetivos, no combate aos "males do século", como stress, depressão e fobias, em problemas de relacionamento, na ansiedade , na falta de auto confiança e auto-estima, problemas de obesidade, comportamentos e de aprendizado.


c) Melhore sua capacidade de comunicação

Na área profissional, as ferramentas da Programação Neurolingüística têm sido um excelente reforço para os Programas de Qualidade, ao serem aplicadas como técnicas de persuasão e de motivação, formação de equipes, tomada de decisões, conflitos de interesses, melhorias na comunicação interna, em compras e vendas, no treinamento e desenvolvimento de carreiras e em negociações.


3.7. Praticando com a PNL

Resultados, alvos, metas, objetivos – todas essas palavras expressam a idéia de ir daqui pra lá – de uma situação presente que está, de certa maneira, insatisfatória para uma situação desejada melhor que a atual.

Um objetivo não é o mesmo que uma tarefa.

Um objetivo ou resultado é o que você quer.

Uma tarefa é o que você tem que fazer para alcançá-lo.

Existem dois aspectos em relação aos objetivos:

Até saber o que quer, o que você fizer será a esmo e seus resultados serão aleatórios. A reflexão sobre o objetivo dá a você controle sobre para onde você se dirige e é essencial na empresa.

A reflexão sobre o objetivo muda a pergunta de O que está errado? para O que eu quero?

A reflexão sobre o objetivo é mais do que uma reflexão sobre a solução. Uma vez que você definiu o problema, isso leva você em direção à solução de uma maneira estruturada.

Perguntas com uma orientação para o objetivo são:

O que você quer?

O que você quer ao invés da situação atual?

Que recursos você tem?

Como você se sentirá quando resolver o problema?

O oposto de pensar no objetivo é pensar na situação a ser resolvida. Isso o concentra no que está errado. Muitas pessoas ficam perdidas num labirinto de problemas, buscando a história, custo, conseqüências e quem é o culpado.

Pensar no problema gera perguntas como:

O que está errado?

Quão grande é esse problema?

Há quanto tempo o problema está acontecendo?

Por que você não o resolveu ainda?

Por que você o tolera?

Qual é o pior exemplo desse problema?

De quem é a culpa?

Essas perguntas ou focalizam no passado ou no presente. Elas também fazem com que a pessoa fique completamente associada ao problema e se sinta mal com isso.

Focalizar no problema, freqüentemente, induz a um estado sem recursos que o torna ainda mais difícil de lidar.

Focalize no que você deseja e o universo irá conspirar para que você o consiga. Mas você tem que acreditar.

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÕES

 

 

Como vimos, a PNL é uma área de pesquisa recente, porém bastante estimulante e de interesse bastante diversificado. Desta forma, considerando-se todas as informações deste trabalho, nada poderia ser mais conclusivo em relação à PNL do que o poema abaixo. Ele sintetiza, por assim dizer, a essência desta ciência nova e fascinante.

A paz que você reclama e tenta encontrar, só depende de você.

A compreensão que você reivindica a cada passo, só depende de você.

A bondade que você admira nas pessoas e sonha possuir, só depende de você.

A abertura que é caminho para a renovação, só depende de você.

A realização que você julga essencial, só depende de você.

O amor que você quer encontrar nos outros, só depende de você.

A organização que você apregoa, só depende de você.

Pondere:

queixar-se ou produzir,

atrapalhar ou servir,

desprezar ou valorizar,

revoltar-se ou colaborar,

adoecer ou curar-se,

rebaixar-se ou elevar-se,

monologar ou dialogar,

ensimesmar-se ou abrir-se,

estacionar ou progredir...

tudo é uma questão de escolha.

E esta escolha,

só DEPENDE DE VOCÊ.

 

 

 

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