RADIOATIVIDADE


1 - INTRODUÇÃO

O termo radiação vem do latim RADIARE, que indica um fenômeno básico em que
a energia se propaga através do espaço, ainda que interceptada pela matéria.
O termo Irradiação vem do latim IN e RADIARE, que é empregado para indicar o
tratamento da matéria pela energia radiante. Os termos radiação e irradiação
são todavia, na maioria das vezes confundidos e usados indistintamente como
sinônimos (2).


Distingue-se dois tipos de radiações: as chamadas corpusculares, feitas por
intermédio de elétrons (raios beta), núcleos de hélio (raios alfa), núcleos
de hidrogênio (prótons; p. ou H1) ou neutrons (n ou n1); e as
eletromagnéticas, constituídas pelos raios de comprimento de onda muito
curto, os raios - X e os raios gama (1).


Os Raios-X fazem parte do chamado espectro eletromagnético, que inclui desde
as ondas longas usadas em radiotelegrafia até as ondas curtas dos raios
cósmicos. Devido ao seu curto comprimento de onda, os Raios X podem penetrar
em matérias impenetráveis pela luz visível. Foram descobertos em 08 de
Novembro de 1895 por W. C. Roentgen, até então um desconhecido físico
alemão. A descoberta foi o ponto de partida para a radiologia médica
moderna, radioterapia e para muitas outras ciências não médicas que se
desenvolveram através dos anos com o uso dos Raios-X. Os modernos aparelhos
de Raios-X são altamente sofisticados, mas a maneira de se produzir tal
radiação permanece basicamente a mesma daquela descoberta por Roentgen.
Passa-se uma corrente elétrica de alta voltagem através de um tubo com
vácuo. Essa corrente elétrica ao aquecer um filamento metálico (Cátodo)
promove o deslocamento de elétrons que irão chocar-se contra um anteparo de
metal (Ânodo), após passar pelo vácuo. Quando o feixe de elétrons se choca
com o ânodo são produzidos os raios X (6).


Na América atribui-se a Ed. C. Jerman, eletricista e seu pai médico do meio
oeste americano, que após tomar conhecimento da descoberta e aplicação,
foram os primeiros a se dedicar ao novo estudo e experiência, bem como a
construir um aparelho gerador de raios X em toda a América. Inclusive de ter
iniciado após 1896 a profissão de paramédicos em radiologia, pois devido aos
seus conhecimentos acerca do aparelho e das técnicas radiográficas, foi
enviado pelos fabricantes a dirigir escolas de assistentes médicos ao norte
dos Estados Unidos e sul do Canadá, ao redor dos grandes lagos, sendo o
primeiro profissional, mestre em técnicas radiológicas da América (12).


No Brasil atribui-se que ao tomar conhecimento do aparelho de tão grande
valor em diagnóstico, o médico brasileiro Dr. Alvaro Alvin, trouxe da
Alemanha o primeiro aparelho radiológico instalando-o na cidade do Rio de
Janeiro em meados de 1900. E em se tratando da evolução histórica e
tecnológica da radiologia, temos algumas raízes fixadas na descoberta do
radiologista brasileiro Manoel de Abreu, que em 1936, criou o método inédito
de fotografia de radiografias de tórax tirada da tela florescente da
radioscopia, criando-se assim, a Abreugrafia. A partir desta descoberta, a
evolução da radiologia ultrapassou seus objetivos iniciais, sendo que hoje
temos modernos aparelhos convencionais, planígrafos, mamógrafos, aparelhos
de densitrometria e os modernos tomógrafos computadorizados que de certa
maneira utiliza o mesmo método de Manoel de Abreu, detectando males
morfológicos, biológicos e fisiológicos proporcionando assim, diagnóstico a
um grande número de especialistas (12).


Cumpre sublinhar no entanto, que, o modo de gerar estas imagens, continua
sendo o mesmo utilizado por Roentgen, sendo que as alterações tecnológicas
implantadas nos equipamentos até a década de 70, já permitiam uma exelente
melhora nos indices de radiação emitida ao se comparar com os aparelhos do
início do século, mas, no entanto, já dispomos de condições tecnológicas,
para reduzir sensivelmente os índices de hoje, pois, com a utilização de
acessórios ponta de linha, material de consumo adequado, técnicas modernas e
com uma política mais racional dos fabricantes, orgãos públicos e
instituições de controle e fiscalização de emição de radiação, teremos como
reduzir sem grande dificuldade até 80% das emissões em radiodiagnóstico (2).


Não sendo nenhum segredo para físicos, biólogos, patologistas, geneticista e
parte da classe médica, os efeitos danosos da radiação em organismo vivo, no
entanto, estes conhecimentos não foram passados para a classe de operadores
de Raio X treinados ou cursado antes de 1985, sendo de primordial
importância que, estes detenham pelo menos o conhecimento básico, pois, ao
conhecer, com toda certeza irá solicitar meios adequados de trabalho, e por
conseqüência ira prestar um melhor serviço a população (2).


O trabalha apresentado terá como objetivo enfatizar as características das
radiações, seua tipos e alteração causadas no ser humano.






2 - DESENVOLVIMENTO

2.1 - RADIAÇÃO

O termo radiação vem do latim RADIARE, que indica um fenômeno básico em que
a energia se propaga através do espaço, ainda que interceptada pela matéria.
O termo Irradiação vem do latim IN e RADIARE, que é empregado para indicar o
tratamento da matéria pela energia radiante. Os termos radiação e irradiação
são todavia, na maioria das vezes confundidos e usados indistintamente como
sinônimos (2).


Distingue-se dois tipos de radiações: as chamadas corpusculares, feitas por
intermédio de elétrons (raios beta), núcleos de hélio (raios alfa), núcleos
de hidrogênio (prótons; p. ou H1) ou neutrons (n ou n1); e as
eletromagnéticas, constituídas pelos raios de comprimento de onda muito
curto, os raios - X e os raios gama (1).
Admite-se que a energia radiante emita partículas ínfimas denominadas
Fótons. Estas são absorvidas pela matéria e determinam os seguintes
fenômenos (1):

1) Fazem vibrar os átomos das moléculas em seu eixo de conecção;
2) Fazem-nos rodar em torno desse mesmo eixo;
3) Produzem modificações dos níveis energéticos dos elétrons. O mecanismo de
ação dos prótons em resumo é o seguinte: A - EFEITO FOTOELÉTRICO: Absorção
completa do Foton com ejeção de um elétron (ionização). B- EFEITO COMPTON
(irradiação secundária): Arrancamento de um elétron que continua a se
propagar mas com maior comprimento de onda do que a radiação incidente; C -
PRODUÇÃO DE IONS PARES: O fóton vai de encontro ao núcleo, criando e
emitindo um par de elétrons.


A absorção da luz ultravioleta e da infravermelha depende em geral da
estrutura molecular do material absorvente e, indiretamente da composição
atômica do mesmo. Pelo contrário as energias dos Raios X são quase
inteiramente absorvida pelos elétrons que se ejeta do átomo pelo qual eles
passaram. Este processo independe completamente da maneira porque os átomos
estão combinados dentro das moléculas. Assim o átomo que recebe um certo
quantun de raios X para ejetar um elétron perde energia (ionização) e esta é
armazenada no elétron ejetado como energia cinética, capaz de produzir
ionização de outros átomos por que passa. Quase toda a ionização em
radiologia, é produzida pelo elétron ejetado e muito pouco ou desapercebida
é a ionização pela absorção inicial do Quantun de raios X aplicados. Em
conseqüência desse fenômeno, os íons produzidos não se distribuem ao acaso
nas soluções ou nos tecidos, mas sim ao longo do trajeto do elétron ejetado
(5).


Enquanto os raios X são produzidos por geradores especiais, os raios Gama
saem espontaneamente de substâncias radioativas como Radium, Tório, Actínio
etc. Estes emitem em maior proporção, as partículas Alfa e Beta (7).
A partir do elemento 89 (actínio), temos a série dos Actinídeos, na qual
vamos encontrar os elementos transurânicos, que relacionamos a seguir, pelo
isótopo mais estável e o número de massa radioativa (7):


Elemento
Símbolo
Vida
Massa
90.......Tório
Th
23,5 min
233
91.......Protactinio
Pa
27,4 dias
233
92.......Urânio
U
23 min
235
93.......Neptúnio
Np
2,2x10 a 6anos
237
94.......Plutônio
Pu
24,36 anos
239
95.......Amerício
Am
7951 anos
243
96.......Cúrio
Cm
17,6 anos
244
97.......Berkélio
Bk
162,5 dias
245
98.......Califórnio
Cf
2,2 anos
252
99.......Einstênio
Es
207 anos
253
100.......Férmio
Fm
80 dias
253

.1.1 - FÍSICA DAS RADIAÇÕES

O átomo é uma complexa combinação de componentes ainda menores. A bem da
simplicidade, se constrói uma configuração esquemática para o átomo, chamado
modelo. O modelo que geralmente pode ser usado para representar o átomo, é o
sistema solar em miniatura. Essencialmente o átomo consiste de um núcleo (a
semelhança do sol) bastante pequeno, com carga elétrica positiva, e onde
está a maior parte da massa do átomo. Ao redor desse núcleo está uma
configuração de partículas com carga elétrica negativa, denominada elétrons
(7).



2.1.1.1 - O NÚCLEO E SUAS RADIAÇÕES

Uma das primeiras descobertas após a identificação dos elétrons, foi a dos
Raios-x por Roentgen em 1895. Essa tem sido considerada a pedra fundamental
na estrada que leva a física de nossos dias (3).


Roentgen observou a produção de um novo tipo de radiação quando um feixe de
elétrons incidia num alvo sólido.

Ao investigar suas propriedades, verificou que atravessava substâncias como
vidro, papel e madeira, e chamou esses raios de raios-x (3).


Raios-x produzem ionização dos gases que atravessam, apresentam trajetória
retilínea, e não se desviam pela ação de campos elétrico e magnético, não
sendo então constituídos por partículas carregadas. Eles sofrem reflexão,
refração e difração , sendo isso prova convincente de que consistem de
radiação eletromagnética como a luz, porém com comprimento de onda menor
(3).


Em 1896, o físico francês Henri Becquerel investigou o relacionamento entre
raios X e o escurecimento de filmes fotográficos, através de materiais
compostos de urânio. Uma parte desse sal de urânio foi colocada numa gaveta
com placas fotográficas virgens. Após a remoção dos filmes, becquerel
observou que eles tinham sido exposto, embora ainda estivessem embalados em
papel a prova de luz. Ele então sugeriu que o urânio emitia uma energia, que
após penetrar a camada de papel, ainda era capaz de escurecer as placas
fotográficas. Ele se referiu a essa energia como radiação ativa. Em 1898,
Marie Curie voltou sua atenção a esse novo fenômeno, e lançou o termo
radioatividade para descrever essa forma de energia. Já em 1904, cerca de 20
elementos naturalmente radioativos eram conhecidos. Apesar de muitos
pesquisadores terem estado envolvidos no processo de entendimento do
fenômeno radioativo, as contribuições mais significativas durante os
primeiros 30 anos do século 19 foram feitas por Ernest Rutherford e seus
colaboradores (5).


Esses experimentos descobriram que a radioatividade tem algumas propriedades
interessantes: escurece filmes, ioniza gazes, produz cintilação (flashes de
luz) em certos materiais, penetra na matéria, mata tecido vivo, libera
grande quantidade de energia com pequena perda de massa, e não é afetada por
alterações químicas e físicas no material que está emitindo. Esta última
característica é de particular importância, já que se a radioatividade é
suposta ser originada dentro do átomo, e se ela não é afetada por alterações
químicas, então ela não deve ser associada aos elétrons, pois, estes estão
envolvidos nas reações químicas. Isso sugere que a radioatividade se origina
no núcleo, e que deve ser possível a obtenção de informações sobre ele
através de seu estudo (5).


A análise da radioatividade começa com uma consideração sobre sua natureza.
Ela é uma onda (como a luz) ou uma partícula? Tem carga elétrica ou não tem?
A experiência que revela mais completamente a natureza da radioatividade é
aquela em que a radiação é dirigida através de um campo elétrico produzido
por duas placas paralelas carregadas. O resultado dessa experiência é
surpreendente. Um único feixe de radiação é desdobrado em 3 pela ação do
campo. A deflexão (desvio) em direção à placa carregada negativamente indica
um feixe carregado positivamente , e a direção a placa positiva indica um
feixe negativamente carregado. O feixe que não se desvia não tem carga.
Desde que a natureza desses 3 feixes não era conhecida naquela época, eles
foram simplesmente identificados como raios alfa (carga positiva), raios
beta (carga negativa) e raios gama (carga nula) (5).


Experiências posteriores revelaram que os raios gama são os mais
penetrantes, enquanto os raios alfa são os de menor penetração. A natureza
exata de cada um desses 3 tipos de radiação somente foi conhecida muitos
anos depois, e o resultado obtido é visualizado abaixo em uma rápida amostra
do poder de penetração desses raios (5).




2.1.2 - PARTICULAS RADIOATIVAS

2.1.2.1 - RADIAÇÃO ALFA

A experiência que confirmou a identidade da partícula alfa, com um núcleo de
hélio 2He4 (constituído de 2 prótons e 2 nêutrons) foi realizada por Sir
James Dewar em 1908 e repetida por Rutherford e Royds em 1909. Essas 4
partículas estão fortemente ligadas entre si, de forma que a partícula a tem
então uma massa igual a 4 vezes a massa do próton (ou 7.000 vezes a massa do
elétron), e carrega duas unidades de carga elétrica positiva. A emissão de
partículas alfa é o único tipo de decaimento radioativo espontâneo que emite
partículas pesadas, excetuando-se a fissão. Isso é verdade tanto para as
espécies naturais como para as produzidas artificialmente.

Os produtos do decaimento (núcleos filhos) de um núcleo obtidos por emissão
de partículas alfa, podem ou não ser radioativos (2).


Partículas alfa ( a ), que são dos núcleos de átomos de hélio ou similar.
Estas partículas logo encontram elétrons, transformando-se em átomos de
outros elementos (7).




2.1.2.2 - RADIAÇÃO BETA

A emissão de radiação beta é um processo mais comum entre os núcleos leves
ou de massa intermediária, que possuem um excesso de nêutrons ou de prótons
em relação à estrutura estável correspondente. Radiação beta e o termo usado
para descrever elétrons de origem nuclear, carregados negativamente (e-), ou
positivamente (e+) (3).


Partículas beta ( b ), são uma espécie de elétrons rápidos emitidos pelos
núcleos radioativos, considerando ainda que a emissão radioativa, venha
acompanhada de uma partícula ainda menor, o neutrino. A perda de um elétron
pelo material radioativo, ocorre porque o átomo torna-se sobrecarregado com
neutrons e como o núcleo não contem elétrons, é preciso criar outro. Então
um neutron (de massa maior do que o próton) se transforma em um próton e um
elétron. O novo elemento tem o seu número aumentado de uma unidade, como no
exemplo B (7).



2.1.2.3 - RADIAÇÃO GAMA

A radiação gama pertence a uma classe conhecida como radiação
eletromagnética. Este tipo de radiação consiste de quanta ou pacotes de
energia transmitidos em forma de um movimento ondulatório. A radiação
eletromagnética é uma modalidade de propagação de energia através do espaço,
em que não há necessidade de um meio material.

Outros membros bem conhecidos dessa classe são: as ondas de rádio, raios-x,
e inclusive a luz visível. A diferença essencial entre a radiação gama e a
radiação X esta na sua origem. Enquanto os raios gama resultam de mudanças
no núcleo, os raios x são emitidos quando os elétrons atômicos sofrem uma
mudança de orbital. A radiação eletromagnética pode ser representada como
uma dupla vibração que compreende um campo magnético H e um campo elétrico
E. Estas duas vibrações estão em fase, tem direções perpendiculares, e se
propagam no vácuo com velocidade da luz segundo uma direção perpendicular ao
plano (2).


Raios gama ( g ), que constituem emanações eletromagnéticas do núcleo, são
emitidos com a velocidade da luz e ocorrem quando um núcleo é excitado.
Estas ondas são radiações de comprimento de onda mais curto, só perdendo
para os raios cósmicos, até danosos aos tecidos vivos (7).


Uma reação nuclear de fissão ou reação em cadeia, ocorre quando um Neutron
rápido, não muito rápido (relativístico), penetra o núcleo do átomo,
provocando transformações intermediárias (7).



2.1.3 - MEDIDAS DE INTENSIDADE DAS RADIAÇÕES IONIZANTES.

A intensidade das radiações ionizantes é medida na base do número de ions
que elas produzem num certo volume padrão. A unidade é denominada ROENTGEM,
abreviada para R. No organismo humano, 1r corresponde a cerca de duas
ionizações por mícron cúbico, isto é, em média, duas ionizações em volume
correspondente a um cubo formado por arestas de um milésimo de milímetro.
Isto significa que a irradiação de todo o corpo humano, por uma dose de
apenas 1R desencadeia um total de cem quatriliões de ionizações. Esse número
imenso de ionizações que acontecem em nosso organismo, se formos irradiados
com essa dose extraordinariamente pequena, é representado pelo algarismo 1
seguido de 17 zeros (10).


O ROENTGEN é a unidade específica para radiação X e para os raios gama,
podendo, no entanto, ser estendida a outros tipos de radiação, por meio de
adaptações apropriadas. Assim é que se pode falar também de doses em
unidades R tanto para os raios beta como para uma emissão de prótons. Um
roentgen de qualquer radiação ionizante representa a mesma quantidade de
ionização no ar, mas pode desencadear quantidades diferentes, segundo o tipo
de radiação, quando empregado sobre um tecido orgânico. Assim, em estudos
precisos de radiobiologia, não se pode usar indiscriminadamente a expressão
"roentgen, sendo necessária a conversão de valores para que se tenha
precisão nos dados (12).


Em linhas gerais, as várias unidades de medida das radiações podem ser assim
definidas (10):
ROENTGEN: 1 r, aplicado a tecidos moles, causa a absorção, por partes
desses, de uma quantidade de energia igual a 93 ergs por grama. Um erg
representa a energia desenvolvida por uma massa de 1 grama movendo-se com a
velocidade de 1 centímetro por segundo. O miliroentgem (mr) é a milésima
parte de roentgen. O (ur) é a milionésima parte do roentgen (10).


RAD. Unidade empregada para raios alfa e beta, em tecidos moles, 1 r pode
ser aceito como equivalente a 1 rad, sem grandes erros. Variando a estrutura
do tecido, varia igualmente essa relação, que passa a ser de elevada
complexidade (10).


REM - Sigla de ROENTGEM EQUIVALENTE MEN, é uma unidade que pode ser usada
para qualquer tipo de radiação, medindo-lhe a eficiência biológica em
relação ao homem. Sabendo-se que varia enormemente a capacidade através de
uma medida que leva em consideração as diferenças existentes. Uma dose em
rems é obtida pelo produto da dose em rads pela referida eficiência da
radiação em causa (10).



2.2 - DOSE E TAXA DE DOSE

Dose é a quantidade total de radiação emitida; taxa de dose é a maneira como
essa dose é distribuída ao longo do tempo. Assim, uma mesma dose (digamos
100 r), podendo ser aplicada durante diferentes períodos de tempo (1 minuto,
10 minutos, 100 minutos, etc.) se apresentará com diferentes taxas (de
100r/min., de 10r/min., de 1r/min., etc.), apesar de que em todos os casos,
a dose final de radiação emitida seja a mesma (100 r). Quanto maior a taxa e
a dose, maior o risco (13).


Em radiobiologia, tanto a dose como a taxa da dose tem importância capital.
Doses elevadas podem ter efeitos diminutos se aplicados com taxas
extraordinariamente diluídas, da mesma forma que reduzidas taxas de dose
podem ter efeitos facilmente reconhecíveis se dadas ao longo de extensos
períodos (13).



2.2.1 - EFEITOS SOMÁTICOS DAS RADIAÇÕES: LIMINAR OU NÃO?

Os efeitos biológicos das radiações ionizantes são comumente classificados
em "genéticos e Somáticos". Os primeiros se subdividem em duas grandes
classes: "ao nível gênico e ao nível cromossômico." Sobre eles falaremos
posteriormente (13).


Essas classificações devem ser aceitas apenas como tentativas de ordenação
de fenômenos muito complexos e interligados, uma vez que os efeitos ditos
"Genéticos" podem ter repercussões do tipo denominado de "efeitos somáticos"
e as mutações menores "ao nível cromossômico", desapercebidas ao nível
microscópio, podem simular as que ocorrem" ao nível gênico."(12).


Os efeitos "somáticos" mais investigados são o câncer e a leucemia. E,
assim, o problema básico é o de se saber se o desencadeamento desses efeitos
dependem de um limiar de radiação, abaixo do qual as doses seriam
ineficazes. A tese afirmativa, partindo do princípio de que doses "muito
baixas" não teriam ação somáticas nociva, aceitava-se, que doses ao nível de
0,1r por dia seriam inócuas. Ora, essa dose tão pequena significa algo como
36r no fim de um ano e como 365r em uma década. Aceitando-se que um
profissional trabalhe 30 anos sob tal nível de exposição, com dois dias de
descanso por semana, ele teria recebido, ao término de suas atividades, um
total de 800r (10).


A tendência atual, gerada pelos resultados de experimentações com doses
"baixas", é não aceitar a existência de um limiar de segurança absoluta.
Postula, pelo contrário, que há uma relação contínua entre exposição e
risco. Desde de 0,1R por dia, assim como doses ainda menores, devem ser
aceitas, portanto, como potencialmente perigosas se repetem-se por longo
tempo (10).



2.2.2 - EFEITOS BIOLÓGICOS GERAIS DA IRRADIAÇÃO

Os mecanismos pelos quais a energia irradiante age sobre a célula viva são
vários, e em parte desconhecidos, os efeitos agudos possivelmente devem-se à
ionização da água, principal meio de transporte da energia. A água se
decompõe, e em conseqüência verifica-se a formação de compostos químicos
ativos, que influenciam a substância viva. Os compostos que se formam são
instáveis, de curta duração, mas seus efeitos podem ser profundos. Entre
eles citam-se as substâncias oxidadas e os óxidos de hidrogênio. Essa
oxidação afeta facilmente grupos protéicos enzimáticos, especialmente o
grupo sulfidril. É fácil compreender que um agente (energia irradiante) pode
agir sobre as células e modificar a concentração de H íon e o potencial em
oxirredução de diferentes enzimas alterando assim, profundamente, o
metabolismo enzimático da célula. Uma simples excitação eletrônica é capaz
de romper 20 ligações de H. Com doses pequenas de irradiação os efeitos
quantitativos são maiores; com múltiplos rompimentos das cadeias proteicas,
a célula caminha para sua completa desintegração, há portanto, possibilidade
de restitutium ad integrim (6).


As alterações químicas que se passa na célula, decorrentes da irradiações
ionizantes fazem se por dois mecanismos: a) Por ação direta, na qual a
molécula sofre alterações por si mesma, tornando-se ionizada ou exitada pela
passagem de um elétron; b) Por ação indireta: Na qual a molécula não absorve
energia, mas recebe por transferência, energia de outra molécula (12).


Em sistemas Biológicos, os efeitos das irradiações ionizantes diferem
qualitativamente segundo a dose da radiação. Pequenas doses agem por ação
indireta e produzem pricipalmente oxidações. Grandes doses agem por ação
indireta e direta ao mesmo tempo. O efeito pode-se manifestar imediatamente
após a exposição, e, por isso mesmo, é chamado imediato. Em certos casos,
porém, o efeito aparece algum tempo depois, ou mais tardiamente.

O período que ocorre entre a ação e o efeito é chamado de latência (12).


No organismo, os efeitos biológicos da irradiação são bastante complexos,
talvez pelo fato de ser a energia irradiante absorvida ao acaso e em meio
altamente heterogêneo. Até em grupos de células do mesmo tecido, os efeitos
(alterações morfológicas e funcionais) são bastante diversos de células para
célula, e por causa de tal diversidade as observações dos vários autores
freqüentemente são discordantes.


Vários fatores influem sobre os efeitos radiobiológicos. São especialmente
(12):

1 - A qualidade da energia ionizante;
2 - A intensidade da radiação (efeito reversível e irreversível);
3 - A maneira da Exposição, isto é, se de corpo inteiro ou de parte dele, se
externa ou interna, se simples, continuada ou fracionada;
4 - O tempo de exposição;
5 - A distribuição de dosagens entre os diversos tecidos.

As lesões produzidas nos tecidos pelas irradiações ionizantes são
praticamente imprevisíveis quanto a localização, e de natureza variada.
Desde a descoberta dos raios X por Roentgen, tem-se demonstrado que doses
inferiores a 1500r produzem alterações regressivas intensas na pele e seus
anexos, no trato gastrointestinal, no sistema hemolinfopoético, nas gônodas,
na conjuntiva, nos ossos e nas cartilagens (10).


Todas as funções vitais das células são afetadas pela energia radiante. As
alterações funcionais mais freqüentemente observadas, são (12):

1) - Da Motilidade: Alteração conhecida de longa data, Schudinn, 1899 Dreyr,
1903/4: Consiste na inibição parcial ou total dos movimentos, de acordo com
a dose de energia aplicada.

2) -Da Reprodução: São diminuídas ou suprimida segundo a quantidade de
radiação que se aplica, após doses de 200 a 800r, praticamente todas as
mitoses são inibidas nos órgãos, que normalmente se acham em constante
regeneração, mas os efeitos dos raios ionizantes sobre as mitoses podem ser
temporários. (efeitos fisiológicos) ou permanentes (Mutação). Os permanentes
são os mais importantes e consistem na fragmentação dos cromossomos (B') e
do cromatídio (B"). Essas alterações (mutações) dos cromossomos são muito
bem estudadas pelos citogeneticistas. Especialmente no que diz respeito a
perpetuação das mesmas através de gerações. Como os cromossomos transporta
os genes, é fácil compreender como uma alteração estrutural permanente dos
mesmos podem resultar em profundas alterações genéticas, as vezes
responsáveis por uma série de malformações congênitas. Todas as radiações
com exceção da infravermelha, são capazes de produzir mutações somáticas.

3) -Do Metabolismo: Em geral é um pouco alterado após a ação dos raios
ionizantes, quando aplicado em dose letal mínima. Os carboidratos, Lipídios
e Proteína, são absorvidos normalmente pelo intestino, apesar de haver
neste, as vezes, alterações anatômicas evidentes. Quando, no entanto, há
intensa anorexia, vômitos, diarréia, perda de líquidos e distúrbios da
permeabilidade capilar, então pode haver distúrbios do metabolismo, mas este
são secundários. Pesquisas com a microscopia eletrônica mostram que as
células do organismo, segundo Rajewsky (1956), podem ser divididas de acordo
com seu grau de sensibilidade aos raios X, em três grupos: 1º). As de alta
radiosensibilidade: Linfócitos (linfonodos, baço, timo), Eritroblastos,
Mielócitos, Megacariócitos (medula óssea), Espermatogônias, Folículos
germinativos (ovários) e células das criptas intestinais; 2º As de médias
radiosensibilidade: Células da camada germinativa da pele das mucosas,
Células das glândulas sebáceas, dos folículos pilosos, das glândulas
sudoríparas, células epiteliais do cristalino, células cartilaginosas,
osteoblastos do osso adulto, endotélio vascular. 3º) As de alta
radiorresistência: Epitélio Glandular (glândulas incretoras e excretoras),
hepatócitos, epitélio tubular do rim, células nervosas (sistema nervoso
central e periférico), células do revestimento alveolar dos pulmões, células
musculares (musculatura esquelética e musculatura lisa), células
histiocitárias (sistemas histiocitário), células do conjunto de um modo
geral e estiócitos.



2.2.2.1 - ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM INDIVÍDUOS IRRADIADOS

Court-Brown, Buckton e Malean (l965) estudaram 42 homens (com idade de 25 a
54 anos) que, durante período de tempo iguais ou inferiores a 15 anos,
tinham se exposto à radiação gama em corpo inteiro, com doses sempre
inferiores às permissíveis. Suas doses cumulativas variavam de menos de 0,1
a 98 rads. Nos que haviam acumulado uma média de 27 a 84 rads, constatou-se
um aumento significante de células com rearranjos instáveis (isto é
dicêntricos, tricêntricos, anéis e acêntricos), em comparação com os grupos
que haviam acumulados menos e com o grupo controle, as células com
rearranjos estáveis (como as translocações recíprocas) não se apresentaram
com freqüência aumentada nos indivíduos com maiores doses acumuladas, não se
sabendo bem por que motivo tal não aconteceu (4).


Mouriquand, Pater, Darnualt, Gilly, Jalbert e Wolff (1965) constataram
freqüências consideravelmente altas de aberrações cromossômicas em
indivíduos profissionalmente exposto às radiações ionizantes e apresentando
radiodermite (4).


Pricajan, Cirnu, Aldea, Rosin e Caratzali (1965) verificaram aberrações
cromossômicas em indivíduos profissionalmente expostos "as doses pequenas e
repetidas de raios X" (irradiação crônica) (4).


Caratzali, Nachtigal, Cirnu - Mogos (s/d) também constataram uma alta
freqüência (20/78) de aberrações cromossômicas maiores (hipoploidias,
hiperploidias, etc.), em linfócitos periféricos de nove indivíduos
cronicamente irradiados por motivo profissional (radiologistas, Técnicos,
etc.), sendo que nenhuma aberração desse tipo foi verificado em quatro
indivíduos não irradiados e que trabalhavam no mesmo instituto (12).


Da mesma forma, Sevanjkayev, Bikhovsky e Botchkov (1970) constataram de 3 a
4 vezes mais aberrações cromossômicas em pessoas irradiadas, por motivos
profissionais, durante prazos que variaram de 2 meses a 4 anos, com doses de
0,02 a 2,08r, do que em indivíduos selecionados para controle. O grupo
exposto compreendia 12 homens e controle 7 (12).


Todas essas pesquisas confirmam a elevadíssima sensibilidade dos cromossomos
humanos frente às radiações ionizantes, mostrando que mesmos doses muito
pequenas, acumuladas durante vários anos, provocam um aumento substancial de
aberrações cromossômicas (12).


Os únicos dados realmente seguros sobre os efeitos genéticos das radiações
ionizantes no homem se baseiam em estudos sobre danos de ordem cromossômica.
Estes dados se referem tanto a observações in vivo, decorrentes de exposição
com natureza terapêutica, profissional, acidental ou bélica, como a
experimentações in vitro. Estas conduziram conforme já referimos, a
estimativa da dose duplicadora, relativamente a fraturas cromossômicas, como
da ordem de 6r (autores soviéticos) e de 3r (autores americanos) (12).
Bender e Gooch (1962b) admitem, no entanto, que a dose duplicadora IN VIVO
possa ser bastante inferior a lr.

Isto significa que uma dose assim tão baixa talvez seja capaz de elevar, de
100%, a freqüência de quebras cromossômicas na espécie humana (6).


Os efeitos somáticos de doses assim tão diluídas nem sempre podem ser
constatados, mas muitos investigadores admitem que isto se deve a
deficiências de ordem técnica e, não, a sua real inatividade. É, pois,
possível que toda dose de irradiação seja potencialmente perigosa.
Naturalmente, o risco será tanto menor quanto menor for a dose e sua taxa.
Convém observar, no entanto, que doses à taxa de 0,00007r/minuto já se
mostraram capazes de desencadear alterações de caráter hematológico em
animais de laboratório (6).



2.3 - DOENÇA DA RADIAÇÃO

Poderia ser definida como uma intoxicação local e geral do organismo
produzida pela energia ionizante e caracterizada pelos seguintes fatos (12):


1- Sintomas gerais: Cefaléia, vertigem, debilidade, alterações do tato, do
olfato e da baresia etc.
2 - Sintomas gastrointestinais: Anorexia, náuseas, vômitos, diarréias:
3 - Sintomas cardiovasculares: Taquicardia, arritmia, queda de pressão
sanguínea:
4 - Alterações do quadro sanguíneo: Leucopenia, trombocitopenia e aumento do
índice de sedimentação:
5 - Alterações da permeabilidade vascular e celular: Edema, hiperpotassemia,
diátese hemorrágica:
6 - perturbações Psíquicas: irritabilidade, insônia, fobias;
7 - Epilação:
8 - Baixas defesas orgânicas (inibição da formação de anticorpos): forte
propensão as infecções (estomatites, gengivites, amigdalites, faringites,
gastrites, enterocolites agudas ulcerosas, broncopneumonites, abscessos
pulmonares, septicemia etc.);
9 - Caquexia.



2.4 - DOSES PERMISSIVAS DE RADIAÇÃO

Em vista dos efeitos genéticos deletéricos produzidos pelas relativamente
pequenas doses de radiação para a população toda, é obviamente necessário
que regras devem ser feitas para assegurar que efeitos sejam mantidos dentro
de limites aceitáveis. Hoje, quando a radiação é amplamente usada em
diagnóstico, tratamento de doenças e em indústrias, um equilíbrio deve ser
encontrado entre a vantagem do uso de radiação em certas circunstâncias e os
possíveis riscos. Um relato do International Commission on Radiology
Protection publicado em 1960 fornece um número de recomendações em níveis
máximos permitidos de radiação, em adição a radiação de base, para
diferentes grupos de pessoas, baseadas nas informações mais atualizadas.
Ficou decidido que uma dose de 5 rems para as gônodas até a idade de 30
anos, média estabelecida para uma população, irá produzir um efeito genético
pequeno o suficiente para ser aceitável, e que um pequeno grupo de
trabalhadores com radiações pode receber 60rems para as gônodas entre as
idades de 18 a 30 anos (9).


A dose média de 5 rems é de certo modo menor do que duas vezes a radiação de
base normal e 60 rems é grosseiramente igual à dose de duplicação. No
sentido de limitar a dose gonodal média na população a 5 rems é óbvio que
membros do público em geral deve ter um máximo permitido em dose de radiação
de menos de 5 rems em 30 anos. Está enfatizado nas recomendações que essas
são todas doses MÁXIMAS e que todo esforço deve ser feito para manter todas
as doses dentro do mínimo possível (9).


Para trabalhadores com radiação será permitido receber doses de radiação de
certo modo maior para algumas partes do corpo outras que não as gônodas.
Isso, porque efeito não genético é produzido exceto quando as gônodas são
irradiadas, e qualquer efeito somático para outras partes do corpo em geral
não será produzido por essas baixas doses (9).


As doses máximas permitidas que fiquem abaixo dessas recomendações não
incluem doses de radiação recebida a partir de exposições médicas. A
International Commission recomenda que, .... a dose genética para a
população toda, de todas as fontes adicional à radiação de base natural não
deve exceder 5 rems (por 30 anos) mais a menor contribuição praticável a
partir de exposições médicas (9).



2.5 - RESPONSABILIDADE PELA REDUÇÃO DA TAXA DE DOSE.

Todos que trabalham com radiação deve ter grande responsabilidade,
particularmente quem trabalha com radiodiagnóstico e radioterapia, por
qualquer efeito genético adicional produzido na população através da
radiação ionizante. Por causa da importância da redução da radiação, os
técnicos e radiologistas, devem conhecer em detalhes, como minimizar a dose
para si próprios e para os pacientes (10).



2.6 - DOSE MÁXIMA PERMISSÍVEL

Encerrando este trabalho, volto a repetir o que já foi dito: As organizações
interessadas no problema da proteção contra as radiações, não estipulam
limites que possam ser atingidos mas, pelo contrário, "Limites que nunca
devem ser atingidos" (10).



2.7 - RADIAÇÃO "X" - EXISTE DUAS FORMAS DE RAIOS-X, DEPENDENDO DO TIPO DE
INTERAÇÃO ENTRE ELÉTRONS E O ALVO.

2.7.1 - RADIAÇÃO DE FREAMENTO

O processo envolve um elétron passando bem próximo a um núcleo do material
alvo. A atração entre o elétron carregado negativamente e o núcleo positivo
faz com que o elétron seja desviado de sua trajetória perdendo parte de sua
energia. Esta energia cinética perdida é emitida na forma de um raios-X, que
é conhecido como "bremsstrahlung"("braking radiation") ou radiação de
freamento. Dependendo da distância entre a trajetória do elétron incidente e
o núcleo, o elétron pode perder parte da ou até toda sua energia. Isto faz
com que os raios-X de freamento tenham diferentes energias, desde valores
baixos até a energia máxima que é igual a energia cinética do elétron
incidente. Por exemplo, um elétron com energia de 70 keV pode produzir um
raios-X de freamento com energia entre 0 e 70 keV (8).


2.7.2 - RAIOS-X CARACTERÍSTICOS

Esse processo envolve uma colisão entre o elétron incidente e um elétron
orbital ligado ao átomo no material do alvo. O elétron incidente transfere
energia suficiente ao elétron orbital para que seja ejetado de sua órbita,
deixando um "buraco". Esta condição instável é imediatamente corrigida com a
passagem de um elétron de uma órbita mais externa para este buraco. Esta
passagem resulta numa diminuição da energia potencial do elétron, e o
excesso de energia é emitido como raios-X. Este processo de "enchimento"
pode ocorrer numa única onda eletromagnética emitida ou em transições
múltiplas (emissão de vários raios-X de menor energia). Como os níveis de
energia dos elétrons são únicos para cada elemento, os raios-X decorrentes
deste processo também são únicos e, portanto, característicos de cada
elemento (material). Daí o nome de raios-X característico (8).



2.7.3 - RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA (G OU X)

A interação da radiação g ou x com a matéria é marcadamente diferente da que
ocorre com partículas carregadas.

A penetrabilidade dos raios g ou x é muito maior devido ao seu caráter
ondulatório, e sua absorção depende do tipo de interação que provoca (9).


Há vários processos que caracterizam a interação (absorção ou espalhamento)
da radiação g ou x com a matéria.

Esses processos dependem essencialmente da energia da radiação, e do meio
material que ela atravessa. Os fótons não tem massa propriamente dita (massa
de repouso nula) e não transportam carga elétrica, portanto produzem
ionização somente indiretamente quando incidem sobre os átomos. Quando o
fóton (g ou x) interage com a matéria, sua energia é transferida para esta
por uma variedade de mecanismos alternativos, sendo que os 3 ( efeitos
secundários) mais importantes são: efeito fotoelétrico, Efeito Compton e
Formação de Par (8).


O efeito fotoelétrico é caracterizado pela transferência total da energia da
radiação gama ou x (que desaparece) a um único elétron orbital, que então é
expulso (expelido) do átomo absorvedor (processo de ionização). Nesse
efeito, toda a energia do fóton incidente é transferida ao elétron, que
então é expelido com energia cinética: T = hv - Be, sendo Be a energia de
ligação do elétron ao seu orbital (energia que foi dissipada para desfazer a
ligação do elétron ao átomo) (8).


Este elétron expelido do átomo (denominado fotoelétron, radiação secundária
ou ainda emissão corpuscular associada), poderá perder a energia recebida do
fóton, produzindo ionização em outros átomos (8).


A direção de saída do fotoelétron com relação à de incidência do fóton,
varia com a energia deste. Assim, para altas energias (acima de 3 MeV), a
probabilidade do fotoelétron ser ejetado para frente é bastante grande; para
baixas energias (abaixo de 20 keV) a probabilidade de sair para o lado é
máxima para q ~ 70° (11).


O efeito fotoelétrico é predominante em baixas energias e para elementos de
elevado número atômico Z. O efeito fotoelétrico decresce rapidamente quando
a energia aumenta (outros efeitos começam a se tornar predominantes), e é
observado para energias tão baixas quanto a da luz visível (11).


O efeito fotoelétrico é proporcional a Z5, e por esse motivo deve ser usada
blindagem de chumbo para absorção de raios gama ou x de baixas energias.


Quando a energia da Radiação gama ou x cresce, o espalhamento Compton
torna-se mais freqüente que o efeito fotoelétrico. No efeito Compton, o foto
incidente é espalhado por um elétron periférico, que recebe apenas
parcialmente a energia do fóton incidente. O fóton espalhado terá uma
energia menor e uma direção diferente da incidente (11).


Dessa forma, a interação do fóton é descrita como um espalhamento por um
elétron livre, inicialmente em repouso.

O efeito Compton depende ainda da densidade do elemento (número de
elétrons/cm³), e decresce em função da energia dos fótons, porém não tão
rapidamente como no efeito fotoelétrico. Este é inversamente proporcional à
energia do fóton, e proporcional ao número atômico Z do material absorvedor
(9)


Uma das formas mais importantes da radiação eletromagnética de alta energia
ser absorvida é a produção de par. No entanto, a produção de par ocorre
somente quando fótons de energia igual ou superiora 1,02 MeV passam próximos
a núcleos de elevado número atômico. Nesse caso, a radiação gama ou x
interage com o núcleo e desaparece, dando origem a um par elétron-pósitron
(11).



2.8 - OBTENÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA

Um dos métodos mais usados na obtenção da imagem radiográfica é a combinação
do filme com a tela intensificadora (ecran). A qualidade de uma imagem está
ligada a vários parâmetros e processos: filme radiográfico, tela
intensificadora, processamento do filme , técnica radiográfica utilizada (kV
e mAs) e tamanho do campo de irradiação (11).


É composto de uma base flexível plástica (200 µm) e duas camadas muito finas
de (10 µm) de emulsão fotográfica cobertas por uma capa protetora. A base do
filme é composta geralmente de poliester ou acetato de celulose para dar
suporte as emulsões. A emulsão e composta de cristais de produtos químicos
fotograficamente ativos (Haletos de prata), suspensos em gelatina
fotográfica. O haleto de prata é brometo de prata com 1 a 10% de iodeto de
prata. Essa mistura resulta numa maior sensibilidade do que o brometo ou
iodeto de prata sozinhos. Os fótons de luz oriundos da tela intensificadora
interagem com esses cristais e produzem uma imagem latente que após um
processo de revelação adequado, torna-se visível. A gelatina permite a
distribuição uniforme dos cristais de haleto de prata sem acúmulo na base do
filme para uma resposta uniforme do seu campo e permite a penetração dos
produtos químicos de revelação nos cristais para formação da imagem sem
diminuir sua firmeza e constância . Os grãos de prata remanescentes devem
ficar em suas posições relativas ou a imagem será destruídas (6).



2.9 - ENERGIA SOLAR

A energia solar é a fonte alternativa ideal, especialmente por algumas
características básicas: é abundante e permanente, renovável a cada dia, não
polui e nem prejudica o ecossistema (14).


Os chamados sistemas de energia solar são capazes de gerar energia elétrica
instantaneamente a partir da simples captação da luz solar através de
módulos; esses módulos geram energia elétrica em corrente contínua que a
seguir é regulada através de um controlador de carga. A seguir, a energia
gerada pode ser armazenada em acumuladores(baterias), para uso posterior
(14).


Esses sistemas são de fácil instalação e requerem um mínimo de manutenção
preventiva (14).


A energia solar é a solução ideal para áreas afastadas e ainda não
eletrificadas, especialmente num país como o Brasil onde se encontram bons
índices de insolação em quaisquer partes do território (14).


A Energia Solar soma características vantajosamente positivas para nosso
sistema ambiental, pois o Sol, trabalhando como um imenso reator à fusão,
irradia na terra todos os dias um potencial energético extremamente elevado
e incomparável a qualquer outro sistema de energia, sendo a fonte básica e
indispensável para praticamente todas as fontes energéticas utilizadas pelo
homem. Para se ter uma idéia dessa grandeza, imagine que o Sol irradia
anualmente o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida pela população
mundial neste mesmo período (14).



2.9.1 - HISTÓRIA DO USO DA ENERGIA SOLAR PELO HOMEM.

Não podemos considerar a energia que o Sol fornece ao homem apenas a energia
física, mas também a energia psicológica (como fonte de inspiração para
criações sobretudo religiosas) que este astro fornece, e esta forma o homem
já usava, principalmente, na antigüidade. Na China antiga, os imperadores
eram considerados "filhos do Sol", no Egito faraônico, baseado neste astro,
foi criado um calendário solar e apareceram dois deuses: Re (ou Ra)
representava o astro solar enquanto Aton representava o disco solar, na
Grécia antiga, se atribui a Aristarco a criação do primeiro relógio de sol.
A criação gerada em torno do Sol também chega a épocas mais recentes, em
filmes ou livros de ficção, como Aventuras extraordinárias de um cientista
russo, de Henri de Graffigny (14).


Durante muitos anos (desde a pré-história até a segunda metade do século XX)
o homem usou indiretamente essa energia: apenas com os 19% da energia
absorvida pela atmosfera (que é responsável pela mudança de tempo e,
consequentemente, mudança na distribuição de chuvas) e com a energia
utilizada pelos vegetais na fotossíntese, produzindo combustíveis para o
corpo humano, adquirido pela digestão.


O aproveitamento direto da energia solar começou a acontecer nos EUA em
1959, como forma de geração de energia elétrica para os satélites. Hoje, a
energia solar pode participar de relógios e calculadoras até aquecimento da
água doméstica, aquecimento e a climatização de locais, nos fornos solares,
ser transformada em energia mecânica (no bombeamento de água) ou ser
transformada em energia elétrica diretamente, graças às células
fotovoltaicas (15).


A energia solar tornou-se como uma forma atrativa, pois foi a forma buscada
para lugares isolados, distantes das redes elétricas, na alimentação de
equipamentos importantes de telemedições e telecomunicações para o
abastecimento de energia elétrica sem grandes custos, como a combustão do
diesel (vejamos como a alta do petróleo afeta o uso da energia solar) (15).





2.9.2 - COMO A ENERGIA SOLAR AFETA A TERRA

As plantas e os animais existentes na Terra necessitam da energia do Sol
para viver. As plantas verdes, através de um processo denominado
fotossíntese, armazenam a energia solar sob a forma de alimento. Durante a
fotossíntese, as células das plantas que contém clorofila transformam a
energia solar em energia química. A energia química assim obtida é utilizada
por essa células para fabricar os compostos de que são constituídos os
ramos, as folhas, as raízes e outras partes das plantas. Os animais que se
nutrem de plantas verdes absorvem a energia nelas armazenadas. Mesmo para os
animais que não se alimentam de vegetais, a energia alimentar neles contida
é indispensável. Esses animais comem outros animais que se nutrem de plantas
(14).


A energia do Sol provoca mudanças nas condições do tempo. Os raios solares
são mais intensos no equador do que nos pólos. Nos trópicos, portanto, o ar
se aquece e se eleva, enquanto o ar mais frio do pólo desce e toma o lugar
do ar quente que ascendeu. Formam-se, assim, correntes de ar, que circulam
em torno da Terra. Seu movimento é perturbado pela rotação da Terra e por
modificações atmosféricas locais. As ações de todas estas forças entre si
dão origem aos ventos. O homem utiliza uma pequena fração de energia solar
incorporada nos ventos para mover barcos a vela e moinhos de ventos (14).


Cerca de 1/3 da energia do Sol que chega à Terra vaporiza as águas dos rios,
oceanos e lagos. É graças a energia solar que a água se eleva em forma de
vapor. Grande parte desse vapor esfria e se condensa ao subir. Cai então de
volta a superfície terrestre em forma de precipitação - chuva, neve ou outra
forma de umidade. Cerca de 2/3 da precipitação caem nos oceanos e 1/3
aproximadamente na terra. A precipitação que cai sobre a terra se evapora
outra vez ou flui para um rio que a devolve para o mar. Assim, a energia da
água que flui numa corrente é uma forma de energia solar armazenada. Usinas
hidrelétricas utilizam uma pequena parte dessa energia armazenada para gerar
eletricidade (14).


















3 - CONCLUSÃO

Os efeitos da radioatividade no organismos humanos podem desencadear reações
que originam as mais diferentes doenças, chegando até a comprometer
gravemente o indíviduo que fica exposto a mesma.


A descoberta da Raio X ajudou e muito os profissionais da saúde a definir
diagnósticos mais precisos, já que através do Raio X podemos visualizar as
mais diferentes partes do carpo humano, detectando assim sua possíveis
alterações.


A exposição a radiação deve ser monitorada, desta forma o profissional que
trabalha com radioatividade deve estar alerta aos limites de exposição
estabelecidos, para que assim possa realizar seu trabalho normalmente sem
causar danos na saúde.


Nos que atuaremos diretamente dentro de hospitais, onde os equipamentos com
radiação estão presentes devemos conhecer os cuidados que deveremos adotar
ao estar perante a um procedimentos que esteja diretamente ligado a algum
tipo de radioatividade.


A energia solar é a fonte alternativa ideal, especialmente por algumas
características básicas: é abundante e permanente, renovável a cada dia, não
polui e nem prejudica o ecossistema.


A energia solar é a solução ideal para áreas afastadas e ainda não
eletrificadas, especialmente num país como o Brasil onde se encontram bons
índices de insolação em quaisquer partes do território.


A única desvantagem, é que uma célula solar tem uma eficiência de 10%
aproximadamente. Assim, apenas 1/10, mais ou menos, da energia solar que
incide sobre a célula se converte em energia elétrica, e seu custo para
compra é bem grande. Todavia, seu baixo rendimento é compensado por sua alta
confiabilidade.






















4 - BIBLIOGRAFIA

1 - Apostila do curso de físicas das radiações e qualidade de imagem
radiográfica - Dr.
Roberto C. Pitorri - 1993

2 - Apostila do Curso de introdução ao controle de radiação ionizante -
MS/S.N.V.S. -
M.S./CNEN/IRD- 92

3 - Apostila do Serviço de Radiologia do Hospital Municipal Miguel Couto -
Dr. Luiz
Fernando Boisson - 1976

4 - DAVID, W. S. Síndrome de Malformações congênitas. 3º ed. São Paulo:
Manole,
1989.

5 - FERREIRA, R.S. Levantamento Radiométrico em instalações de
radiodiagnóstico.
São Paulo: Atual, 1996.

6 - JUHL, P. Interpretação Radiologica, São Paulo: Manole, 1977.

7 -
http://www.geocities.com/alcalina.geo/nuclear/

8 - Método de inspeção de Raio-x odontológico - CNEN/IRD - 82

9 - Norma Técnica que regulamenta a instalação física e operacional de
equipamentos
de radiologia - Governo do Estado do Rio de Janeiro - Comissão Estadual de
Radioproteção e segurança nuclear

10 - Programa de inspeção em radiologia diagnóstico - RXD - Levantamento
ocupacional - CNEN/IRD

11 - Proteção radiológica em hospitais - Texto adaptado pelo IRD/CNEN, do
texto
publicado pelo Comiteé Français de Education

12 - FREIRE, N. Radiogenética Humana . Rio de janeiro: Guanabara Koogan,
1972

13 - Revistas Ciências Hoje - Temas de Técnicas Radiológicas - Jorge
Nascimento -
1976

14 -
http://www.cen.g12.br/estagio/anjinho/estudo/energia/index.htm

15 -
http://www.soaresoliveira.br/projetoenergia.em/